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Moçambique: Imprensa deve "buscar a verdade" nas eleições

Bernardo Jequete (Manica)
14 de junho de 2024

Conselho Constitucional realça importância do jornalismo imparcial e ético nas próximas eleições, sobretudo após o sequestro da jornalista Sheila Wilson. Evento na Beira capacitou 50 jornalistas sobre leis eleitorais.

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Encontro de jornalistas na Beira
Encontro de jornalistas na BeiraFoto: Bernardo Jequete/DW

O alerta foi motivado pelo recente sequestro da jornalista Sheila Wilson, do Centro para Democracia e Desenvolvimento (CDD), enquanto cobria ao vivo um protesto dos antigos oficiais dos serviços de segurança em frente à sede das Nações Unidas em Maputo.

O caso gerou grande repercussão e trouxe à tona questões sobre a liberdade de imprensa e a segurança dos jornalistas no país.

Manuel Franque, juiz conselheiro do Conselho Constitucional (CC), enfatizou a importância do cruzamento de fontes de informação e da imparcialidade na produção de notícias, para evitar que reportagens prejudiquem quaisquer das partes envolvidas.

"A posição do jornalista deve ser a busca da verdade, aliás esta é a função principal de jornalista", frisou recentemente o magistrado durante um evento de capacitação sobre leis eleitorais, que decorreu na Beira e reuniu 50 jornalistas das províncias de Manica, Tete e Sofala.

Imprensa imparcial

"Muitas vezes, por detrás de um acontecimento, como o dos antigos membros de serviço de segurança que reclamam pensões não pagas, é necessário o contraditório", realçou Manuel Franque. "É necessário perguntar às Nações Unidas se, de facto, deve ou não as pensões, porque pode haver uma manifestação manipulada ou imaginada; é preciso perceber se as Nações Unidas não pagaram a pensão que era devida" após 30 anos do Acordo Geral de Paz.

Conselho Constitucional promoveu evento na Beira que capacita jornalistas para uma cobertura justa nas eleições
CC promoveu evento que capacita jornalistas para uma cobertura justa nas eleiçõesFoto: Bernardo Jequete/DW

Durante o evento, a pouco mais de três meses das eleições gerais no país, Arcanjo Malfo, secretário do Sindicato Nacional de Jornalistas (SNJ) na região centro, enfatizou a importância da ética e da deontologia profissional no jornalismo.

"Isso vai catapultar o trabalho dos jornalistas neste processo eleitoral. A única coisa que um jornalista deve fazer é basear-se nos conhecimentos sobre como elaborar as notícias. Deve evitar conflitos, guiando-se pela deontologia profissional", afirmou.

Segurança jornalística

António Chimundo, jornalista do Diário de Moçambique, destacou os desafios enfrentados pelos jornalistas, incluindo manipulação e intimidação por parte de políticos.

"Este é um ano eleitoral, e, ao fazer isso, vão conseguir intimidar os jornalistas, porque estão a ser atacados. Assim, o jornalista vai ter receio, o que é um problema muito sério. Mas isso não deve impedir que façamos o nosso trabalho", explicou.

A capacitação realizada pelo CC é parte de um esforço para garantir que a cobertura das eleições seja feita de maneira justa e informada, protegendo tanto a integridade das informações quanto a segurança dos jornalistas.

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