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Vale quer retirada responsável da operação em Moçambique

Lusa
16 de agosto de 2021

A empresa mineira brasileira Vale assegurou ao Governo moçambicano que "quer sair de Moçambique de forma responsável", deixando ativos e mão-obra com valor competitivos.

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Mosambik Tete Kohleabbau
Foto: Getty Images/AFP/G. Guercia

A garantia foi dada pelo diretor global do Carvão da empresa Vale, Paulo Couto, durante um encontro com o ministro dos Recursos Minerais e Energia de Moçambique, Max Tonela.

"A Vale assegurou-nos que não quer uma saída precipitada e está a trabalhar por um processo de desinvestimento e por uma solução o menos lesiva possível para os interesses de todas as partes", adiantou a fonte.

 Paulo Couto disse que a empresa está a analisar propostas de seis companhias interessadas em ficar com os ativos em Moçambique, na sequência da decisão de desinvestimento que a firma brasileira tomou, no âmbito da aposta na neutralidade em relação aos combustíveis fósseis.

 Mosambik, Moatize: Anwohner protestieren und blockieren Vales Kohlenbergwerk
Um protesto contra a Vale em Tete. As comunidades reclamam, entre outras coisas, dos danos ambientais que as prejudicamFoto: DW/A. Zacarias

Operação competitiva

Apesar de estar de saída de Moçambique, a empresa quer deixar uma operação competitiva, estando empenhada em incrementar a sua produção de carvão na província moçambicana de Tete, centro do país, dos atuais 11 milhões de toneladas para 20 milhões de toneladas no próximo ano.

 O carvão é um dos principais produtos de exportação de Moçambique e a Vale emprega cerca de 8.000 pessoas, perto de 3.000 trabalhadores próprios e os restantes subcontratados.

 A Vale justifica a sua saída com o objetivo de ser neutra ao nível das emissões de carbono até 2050 e reduzir algumas das suas principais fontes de poluição daquele tipo até 2030.

O boom do carvão em Moçambique