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Tropas russas queixam-se de abusos na zona de guerra

nn | com agências
12 de março de 2023

Num apelo em vídeo feito a partir da zona de guerra, as tropas russas pedem ao chefe do Kremlin, Vladimir Putin, que trave os abusos dos comandantes militares no terreno. Ucrânia repeliu 92 ataques num só dia.

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Screenshot Russische Soldaten Protest
Foto: @news_sirena/Telegram

Os reservistas russos destacados no leste da Ucrânia queixam-se de abusos vindos dos chefes militares no terreno e pediram a intervenção de Vladimir Putin. Como comandante-em-chefe das Forças Armadas, Putin deve garantir que os comandantes façam o seu trabalho, diz um porta-voz encapuzado no apelo difundido num canal de notícias no Telegram.

O porta-voz do grupo queixou-se da falta de equipamento e de problemas na liderança por parte dos comandantes no âmbito da invasão da Ucrânia que dura há mais de um ano. "A liderança do nosso regimento não dialoga connosco, intimida-nos e ameaça-nos de prisão se nos recusarmos a lutar e avançar para a primeira linha de frente", refere o porta-voz.

Segundo os militares, Putin não deve informar-se apenas sobre a situação no papel e deve ir ao local. Até agora, não é conhecida nenhuma deslocação do Presidente russo à zona de guerra, ao contrário do chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky, que já se deslocou várias vezes aos campos de batalha.

Moskau Rede Präsident Putin an Nation
Vladimir Putin, Presidente da RússiaFoto: Mikhail Metzel/Sputnik/AP/picture alliance

"Não nos recusamos a cumprir as tarefas de defesa territorial. Recusamo-nos a correr riscos injustificados - como metralhadoras contra tanques, contra morteiros e snipers", enfatiza o porta-voz.

Uma dezena de pessoas uniformizadas pode ser vistas no vídeo – sem rostos reconhecíveis. Outros combatentes russos, assim como esposas, mães e irmãs de soldados, já tinham reclamado contra os supostos abusos em mensagens públicas.

Ataques continuam

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, denunciou, entretanto, novos "ataques terroristas brutais" da Rússia em cidades e vilas do seu país. Esses ataques acontecem dia e noite.

"Mísseis e artilharia, drones e morteiros - o estado maligno usa uma variedade de armas com o único objetivo de destruir a vida e não deixar nada humano para trás", disse Zelensky este sábado (11.03).

A Rússia "tornou-se sinónimo de terror e será um exemplo de derrota e punição justa pelo seu terror", continuou o chefe de Estado. "O Kremlin não pode impedir a punição", acrescentou.

As tropas russas ocuparam posições favoráveis ​​​​na zona industrial da central metalúrgica AZOM de Bakhmut, segundo relatou este domingo o tenente-coronel reformado da Milícia Popular da autoproclamada República Popular de Lugansk, Andrei Marochko.

ARCHIV | Ukraine - Zerstörung in Bachmut nach russischem Luftangriff
Destruição em Bakhmut após ataque aéreo russoFoto: LIBKOS/AP Photo/picture alliance

"Na cidade de Artiomovsk (nome russo para Bakhmut), os grupos de assalto ocuparam posições favoráveis ​​na zona industrial da central de processamento de metal", disse Marochko à agência de notícias russa TASS.

Segundo Marochko, essas posições permitem às tropas russas "controlar os movimentos do inimigo.

Na véspera, o chefe do grupo de mercenários Wagner, Yevgueni Prigozhin, informou que essas forças estavam a pouco mais de um quilómetro do centro administrativo de Bakhmut.

As tropas ucranianas repeliram no sábado (11.03) 92 ataques na região do Donbass, provenientes de cinco direções diferentes, anunciou o Estado Maior das Forças Armadas da Ucrânia.

"O objetivo principal do inimigo durante o dia continuou a ser os limites administrativos das regiões de Donetsk e Luhansk", escreveram no Facebook, segundo o 'Ukrainska Pravda', citado pela agência espanhola de notícias, a EFE.

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