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ConflitosLíbano

Retaliação: Israel mata comandante do Hezbollah no Líbano

AP | Reuters | Lusa | bd
31 de julho de 2024

Israel reivindiou a morte do comandante do Hezbollah no ataque a Beirute, mas o grupo xiita libanês ainda não confirmou a morte. Tratou-se de uma retaliação ao ataque nos Montes Golã que matou 12 crianças, no sábado.

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Libanon | Schäden nach Angriff auf südlichen Vorort von Beirut
Foto: AFP

Testemunhas no local relataram o momento em que o ataque aéreo israelita atingiu Beirute, a capital do Líbano. Um deles conta: "Passei por aqui com a minha mota e, dois minutos depois, ouvimos o som da explosão. Houve duas explosões, uma a seguir à outra. Não foi assim tão forte, mas era óbvio que se tratava de um ataque de drone e não de um ataque aéreo."

E outro relata: "O inimigo israelita atacou um edifício residencial, atingindo três andares. Se Deus quiser, vai correr tudo bem. Todos consideram que a resposta israelita era esperada a qualquer momento. As regras do combate não vão mudar agora, porque este é o coração de Dahiyeh”.

Najib Mikati, primeiro-ministro libanês, classificou o ataque de Israel como uma "agressão flagrante", reclamando o "direito de tomar medidas" contra a "hostilidade israelita".

Em comunicado, denunciou o que considera ser um "ato criminoso" e apelou "à comunidade internacional para que assuma as suas responsabilidades e pressione Israel para parar as suas agressões e ameaças.

 Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah
Hassan Nasrallah, líder do HezbollahFoto: EPA/WAEL HAMZEH

Retaliação de Israel

O contra-almirante Daniel Hagari, porta-voz do Exército israelita, disse que o alvo era um dos principais comandantes militares do Hezbollah.

"Esta noite, as Forças de Defesa Israelita (FDI) efetuaram em Beirute um ataque dirigido a Fouad Shukur, também conhecido por Sayyed Mohsen, o mais alto comandante militar do Hezbollah e chefe da sua unidade estratégica. Fouad Shukur era o braço direito de Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, e seu conselheiro no planeamento e direção de ataques e operações", informou.

Embora o Hezbollah tenha negado o seu envolvimento no ataque com foguetes no sábado (27.07) na cidade de Majdal Shams, Israel considera o grupo militante responsável.

"Fouad Shukur foi o comandante responsável pelo massacre de Majdal Shams, em que 12 crianças foram assassinadas depois de o Hezbollah ter disparado um foguete iraniano Falaq-1 diretamente contra um campo de futebol no norte de Israel, no sábado à noite. Era um terrorista de alta patente que tem o sangue dos israelitas e de muitos outros nas suas mãos", acusou.

Daniel Hagari, porta-voz do Exército israelita
Daniel Hagari, porta-voz do Exército israelitaFoto: Gil Cohen-Magen/AFP

Escalada do conflito pode ser evitada?

Agora, teme-se uma escalada do conflito no Médio Oriente, admite o próprio porta-voz militar israelita Daniel Hagari: "A agressão contínua e os ataques brutais do Hezbollah estão a arrastar o povo do Líbano e de todo o Médio Oriente para uma escalada mais ampla. Embora prefiramos resolver as hostilidades sem uma guerra mais vasta, as FDI estão totalmente preparadas para qualquer cenário".

O Governo norte-americano defendeu que uma guerra aberta entre Israel e o grupo xiita libanês Hezbollah "ainda pode ser evitada". Já o movimento islamista palestiniano Hamas condenou, em comunicado, a "brutal agressão sionista" contra Beirute. Também os rebeldes Huthis do Iémen condenaram o ataque de Israel aos subúrbios do sul de Beirute, manifestando apoio ao Hezbollah.

A coordenadora Especial da ONU, Jeanine Hennis-Plasschaert, manifestou a sua preocupação. "Não existe uma solução militar", afirmou a Comissária numa declaração em que apela a Israel e ao Líbano para que explorem todas as vias diplomáticas para regressar à cessação das hostilidades e voltar a respeitar a resolução 1701 das Nações Unidas.

As duas partes trocaram ataques quase diários durante os últimos 10 meses, tendo como pano de fundo a guerra em Gaza, mas mantiveram o conflito a um nível baixo, sem probabilidade de escalada para uma guerra total.

Riscos de expansão da guerra no Médio Oriente