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Presidente guineense reafirma respeito por "Uma só China"

Lusa | DW (Deutsche Welle)
11 de julho de 2024

Sissoco Embaló agradeceu hoje o "valioso apoio" chinês para o desenvolvimento da Guiné-Bissau e reafirmou o respeito pelo princípio "Uma só China", visto por Pequim como garantia de que Taiwan é parte do seu território.

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Umaro Sissoco Embalé foi recebido em Pequim por Xi Jinping na quarta-feira (10.07)
Umaro Sissoco Embalé foi recebido em Pequim por Xi Jinping Foto: Vincent Thian/REUTERS

"A Guiné-Bissau respeita firmemente o princípio de 'Uma só China'", afirmou o chefe de Estado guineense, durante um encontro com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, segundo adiantou a agência de notícias oficial Xinhua.

A China e a Guiné-Bissau estabeleceram relações diplomáticas em 1974, que foram interrompidas entre 1990 e 1998. Durante esse hiato, o Governo guineense reconheceu a República da China, ou Taiwan, como um Estado soberano, em detrimento da República Popular da China.

Sissoco Embaló disse ainda que apoia os "principais conceitos e iniciativas globais" lançados por Pequim, incluindo a "construção de uma comunidade com um futuro partilhado para a humanidade e a Iniciativa Faixa e Rota".

Os dois países assinaram, em 2021, um memorando de entendimento no âmbito da iniciativa chinesa Faixa e Rota. A construção de infraestruturas, a agricultura e as pescas têm aproximado Pequim e Bissau, no âmbito do modelo de cooperação entre o país asiático e países em desenvolvimento.

A noção de "comunidade com um futuro partilhado", lançada pelo Presidente chinês, Xi Jinping, visa contrariar a arquitetura de segurança erguida pelo Ocidente depois da II Guerra Mundial. Pequim acusa a doutrina ocidental de estimular o confronto entre blocos e minar a estabilidade em diferentes partes do mundo.

Designado pelo Presidente chinês como o "projeto do século", a Iniciativa Faixa e Rota foi inicialmente apresentada como um novo corredor económico para a Eurásia, inspirado na antiga Rota da Seda. Na última década, a Faixa e Rota adquiriu dimensão global, à medida que mais de 150 países em todo o mundo aderiram ao programa.

Sissoco: "A Guiné-Bissau está sempre ao lado da China"

"Valioso apoio da China"

Citado pela Xinhua, Umaro Sissoco Embaló disse que a Guiné-Bissau "aprecia sinceramente o valioso apoio de longo prazo da China para o seu desenvolvimento económico e social" e "está disposta a reforçar ainda mais a cooperação prática com a China em vários domínios, como a economia, o comércio e a construção de infraestruturas".

Bissau e Pequim já estão a colaborar nas áreas da educação, saúde, agricultura, infraestruturas, pescas e defesa. Antes do início da visita, o Presidente guineense anunciou os próximos projetos conjuntos, com a China a assegurar que vai financiar um grande centro de conferências para a próxima presidência rotativa da Guiné-Bissau na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Além disso, serão renovados 300 quilómetros de estradas e construído um novo campus universitário para 12 mil estudantes, entre outros investimentos, segundo anunciou Sissoco, em Bissau, na véspera da sua partida.

O Presidente chinês, Xi Jinping, e o chefe de Estado da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, e a sua delegação participaram numa reunião no Grande Salão do Povo em Pequim, na quarta-feira (10.07)
Xi Jinping e a delegação de Umaro Sissoco Embaló participaram numa reunião no Grande Salão do Povo em Pequim, na quarta-feira (10.07)Foto: Vincent Thian/Pool/REUTERS

"Confiança mútua política"

O primeiro-ministro chinês disse que Pequim está disposta a trabalhar com Bissau para "consolidar e aprofundar a confiança mútua política, expandir a cooperação mutuamente benéfica, alcançar melhor o desenvolvimento comum e trazer mais benefícios para os dois povos".

"A China apoia o povo da Guiné-Bissau na exploração independente de um caminho de desenvolvimento adequado às suas condições nacionais e apoia a Guiné-Bissau na salvaguarda da sua soberania, segurança e interesses de desenvolvimento", afirmou Li Qiang, citado pela Xinhua.

O primeiro-ministro chinês disse ainda que a China está "disposta a importar mais produtos agrícolas de qualidade da Guiné-Bissau" e que o Governo chinês "incentiva as suas empresas a expandir o investimento na Guiné-Bissau".

"A China espera que a Guiné-Bissau continue a fornecer conveniência e apoio" aos seus investimentos, frisou. "A China está pronta a reforçar os intercâmbios interpessoais e a cooperação com a Guiné-Bissau em matéria de cuidados médicos, saúde e educação, e dá as boas-vindas a mais estudantes guineenses excecionais para estudar na China", acrescentou.