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Parceria com África "em pé de igualdade", promete Westerwelle

16 de junho de 2011

O Governo Federal alemão apresentou, pela primeira vez nesta legislatura, um plano da sua futura política em relação a África. No documento colaboraram ministérios, peritos e organizações não-governamentais.

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"Parceria entre países iguais" é o lema do plano da política alemã para África
"Parceria entre países iguais" é o lema do plano da política alemã para ÁfricaFoto: picture alliance/dpa

Pouco antes de partir para uma visita ao Sudão, o Ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Guido Westerwelle, apresentou, em Berlim, o plano da política alemã em relação a África, fruto de um ano de trabalho. A Alemanha pretende "inciar um novo capítulo nas relações com este continente", dizia Westerwelle na apresentação do documento, "queremos levar em conta a crescente importância de África e a maior responsabilidade que os africanos assumem".

As convulsões no norte de África, disse o Ministro Westerwelle, são um símbolo da evolução em todo o continente. Os africanos, como todos os outros povos, desejam liberdade, um estado de direito, democracia e respeito pelos direitos humanos. E a Alemanha quer acompanhar os estados africanos nesse seu percurso rumo a um futuro em paz e liberdade: "Queremos ser parceiros dos africanos, parceiros em pé de igualdade". África tem de se "libertar das estruturas de países que dão e países que recebem". Cooperando com os países africanos, a Alemanha pretende "ganhar o futuro dos dois continentes", continuava esta quarta-feira Guido Westerwelle.

"Não procuramos resultados rápidos"

O Ministro alemão recordou que outros países como a China e a Índia também já descobriram África. Mas ao contrário deles, a Alemanha não procura resultados rápidos, preferindo uma parceria a longo prazo, que seja útil também aos seus habitantes: "Queremos, por isso", disse Westerwelle, "parcerias nos setores da energia e matérias primas que sejam interessantes para a economia alemã e para os africanos".

O objetivo será usar todo o potencial que a cooperação bilateral oferece "para bem dos africanos e também para o nosso próprio bem e o nosso interesse".

"Procuram matérias primas", acusa a oposição

A oposição acusa o Governo alemão de procurar apenas as matérias primas de África, como o petróleo. Na imagem: uma refinaria na Nigéria
A oposição acusa o Governo alemão de procurar apenas as matérias primas de África, como o petróleo. Na imagem: uma refinaria na NigériaFoto: picture alliance/dpa

É aliás neste ponto que batem as críticas da oposição. Niema Movassat, do partido de esquerda, acusa o Governo alemão de se interessar apenas pelas matérias primas de África e de sacrificar a cooperação da política de ajuda ao desenvolvimento à economia de mercado neoliberal.

Claudia Roth, chefe do partido verde-ecologista, disse que este documento sobre África desilude. Na sua opinião, a política de Berlim em relação a África irá orientar-se, em primeira linha, pelos interesses alemães. A organização não-governamental "Juntos por África" também criticou o documento. A sua porta-voz Susanne Anger, declarou que a organização está cética em relação ao projeto, visto que este "assenta numa visão eurocêntrica", ou seja, "dá prioridade aos interesses económicos alemães e não ao combate à pobreza". Ora, para se cooperar com África, esse deveria ser, na opinião da organização, o objetivo prioritário.

Autores: Bettina Marx/Carlos Martins/Marta Barroso

Edição: António Rocha