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Moçambique: AMUSI não apoia nenhum candidato presidencial

Sitoi Lutxeque (Nampula)
6 de setembro de 2024

AMUSI, partido extraparlamentar fora da corrida presidencial em Moçambique, queixa-se de perseguição política e discriminação. À DW, o líder do partido, Mário Albino, diz que não apoia nenhum candidato à Presidência.

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Mário Albino, presidente do AMUSI
Mário Albino, líder do AMUSI, diz que as agendas dos quatro candidatos presidenciais "não vão ao encontro" dos anseios do povo moçambicanoFoto: Sitoi Lutxeque/DW

Em Moçambique, o partido Ação do Movimento Unido para a Salvação Integral (AMUSI), liderado por Mário Albino, diz que não vai apoiar nenhum candidato presidencial nas eleições de 09 de outubro. Isto, por entender que os candidatos suportados pela FRELIMO, RENAMO, MDM e Venâncio Mondlane têm manifestos eleitoraiscom pouco conteúdo.

"As suas agendas não estão em consonância com aquilo que são a vontade popular", disse Mário Albino em entrevista à DW África, na província moçambicana de Nampula.

O político também se queixa de perseguição política, alegadamente promovida por membros ou simpatizantes do partido no poder, a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO).

DW África: Qual é a avaliação que faz da campanha eleitoral em curso?

Mário Albino (MA): Há muita provocação. Neste momento temos o caso do distrito do Muecate, onde o nosso delegado distrital foi agredido por um secretário da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO). Os jornalistas foram testemunhar o caso, que, entretanto, foi participado.

Nas zonas de Mogovolas, Moma, Larde, ainda não registámos esses problemas. Constatámos apenas um caso, logo no início da campanha, no distrito entre Moma e Mogovolas, onde o secretário permanente foi montar bandeiras da FRELIMO no local da reunião do AMUSI. Os nossos colegas reportaram prontamente estes casos a nível provincial.

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DW África: Falou de provocações. Quem provoca o AMUSI?

MA: São membros da FRELIMO que fazem provocações por sentirem que não são aceites na base. E eles optam por provocar o partido AMUSI.

DW África: Como é que o partido está em termos de proteção policial e segurança?

MA: Em alguns sítios, eles protegem, mas eu, por exemplo, como presidente do partido, estou sem proteção. Eles não nos protegem. Encontrámos alguns distritos onde há essa proteção, mas, em geral, há ausência de proteção policial nesta campanha.

DW África: O AMUSI vai ou não apoiar um dos quatro candidatos presidenciais?

MA: Nós não vamos apoiar nenhum candidato. Apoiando ou não, haverá sempre um vencedor, mas não vamos apoiar porque, em primeiro lugar, a nossa candidatura, que suportava a região norte do país, foi retirada. A FRELIMO, através do Conselho Constitucional, aprovou as candidaturas presidenciais do Sul e do Centro, mas o Norte simplesmente foi discriminado, e nós dissemos aos nossos membros para não apoiar nenhum candidato.

Além disso, as suas agendas não estão em consonância com a vontade popular. Alguns falam, por exemplo, das zonas protegidas de exploração de recursos minerais, mas disponibilizam 10% para a zona de exploração e 90% para o Governo central. Isso não tem sentido. Isso é uma total humilhação.

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