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Mali foi a votos apesar da Covid-19

AFP | Lusa | kg
29 de março de 2020

Os eleitores malianos foram às urnas para escolher os novos membros do Parlamento em plena pandemia do novo coronavírus. Líder da oposição raptado esta semana segue desaparecido.

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Mulher veste máscara no centro de Bamako
Foto: Getty Images/AFP/M .Cattani

Os eleitores do Mali foram às urnas este domingo (29.03) um dia depois de o país registar a primeira morte pela Covid-19. A vítima é um homem de 71 anos que tinha regressado de França. O número de infeções pelo novo coronavírus no Mali aumentou para 20. 

O primeiro-ministro maliano, Boubou Cissé, admitiu que a participação na primeira volta das eleições legislativas não foi muito grande. "Apelo aos eleitores: Lembrem-se de respeitar os gestos de barreira e usar as medidas sanitárias", disse ao votar.

É a primeira eleição parlamentar no país desde 2013, quando Ibrahim Boubacar Keita foi eleito Presidente do Mali, com uma maioria substancial. A segunda volta está agendada para 19 de abril. 

As eleições legislativas deveriam ocorrer novamente no final de 2018 após a reeleição de Keita, mas foram adiadas várias vezes, em grande parte devido a preocupações com a segurança. Cerca de 200 mil pessoas foram deslocadas no país devido aos conflitos no centro e no norte do Mali e não puderam votar.

Líder da oposição raptado

Além dos episódios regulares de violência e os primeiros casos da Covid-19, as eleições legislativas no Mali ocorreram poucos dias depois de um líder da oposição ter sido raptado junto com membros da sua comitiva eleitoral. 

Somaïla Cissé, do partido União pela República e Democracia (URD), terá sido raptado por um grupo não identificado de homens armados enquanto fazia campanha eleitoral na quarta-feira no distrito eleitoral de Niafunké. "Todas as medidas possíveis estão a ser tomadas" para encontrá-lo, disse o Governo num comunicado.

A instabilidade que afeta o Mali começou com um golpe de Estado em 2012, quando vários grupos rebeldes e organizações fundamentalistas tomaram o poder do norte do país durante dez meses. 

Os fundamentalistas foram expulsos em 2013 por uma intervenção militar internacional liderada pela França, mas extensas áreas do país, sobretudo no norte e no centro, escapam ao controlo estatal e são, na prática, geridas por grupos rebeldes armados. 

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