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ConflitosIsrael

Israel intensifica ataques contra o Líbano

Jennifer Holleis
27 de setembro de 2024

Israel intensificou os ataques contra o Líbano no início desta semana, com o objetivo de destruir o Hezbollah, movimento xiita libanês apoiado pelo Irão. Bombardeamentos já provocaram mais de 600 mortos e 1600 feridos.

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Ataque israelita atingiu a cidade costeira libanesa de Jiyeh
Analistas afirmam que há três fatores-chave por detrás dos ataques de Israel contra o LíbanoFoto: Amr Abdallah/REUTERS

O intenso fogo cruzado dura há quase um ano, consequência do ataque do grupo Hamas em solo israelita, que fez, a 7 de outubro de 2023, mais de mil vítimas mortais e duas centenas de reféns. Os ataques sucessivos entre as partes obrigaram ainda a que 60 mil israelitas abandonassem as suas casas na fronteira norte do país.

À DW, Sanam Vakil, do grupo de reflexão britânico Chatham House, explica que são vários os objetivos que impulsionam os atuais ataques de Israel ao Líbano.

"Em primeiro lugar, Israel está a tentar desvincular as frentes de Gaza e do Hezbollah nas suas fronteiras. Israel não conseguiu alcançar um cessar-fogo na Faixa de Gaza nem um acordo de paz com o Hezbollah por causa de Gaza", diz.

Em segundo lugar, acrescenta Sanam Vakil, "Israel enfrenta uma ameaça de segurança perpétua por parte do Hezbollah no Líbano. Além disso, "com esta operação no Líbano, deixa de haver foco em Gaza. Portanto, esta guerra é uma distração para a falta de estratégia em Gaza", conclui.

A analista refere ainda que Israel não mostra interesse nem fala de um possível acordo de paz israelo-palestiniano. Mesmo que, e quase um ano após o ataque do Hamas a Israel, ainda permaneçam nas mãos do Hamas 90 reféns israelitas.

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Pressão interna aumenta

Em Israel, a pressão interna é cada vez maior. A população exige que ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu que alcance um cessar-fogo e garanta o regresso dos reféns, frisa Lorenzo Trombetta, consultor de agências da ONU que está, neste momento, em Beirute.

 "Esta pressão política interna é muito alta e está a intensificar-se a cada semana. Nesta perspetiva política, é importante alcançar um consenso que poderia também garantir a segurança do norte de Israel. Só que é difícil saber se Israel o conseguirá, mesmo que avance com a operação militar terrestre", observa.

Para além disso, afirma ainda o analista, este conflito tem muitas "questões em aberto". Por exemplo, refere, "não se sabe como reagirá o Irão, se o Hezbollah estiver à beira do colapso".

"Não sabemos até que ponto o Hezbollah e o Irão, em conjunto, poderão ser capazes de atacar o território israelita e provocar danos significativos, tanto a nível político e militar, como a nível das comunidades civis", considera Lorenzo Trombetta.

Perante uma potencial invasão terrestre israelita do sul do Líbano, o mundo aguarda hoje com expetativa o discurso de Netanyahu na Assembleia-Geral das Nações Unidas, depois dos Estados Unidos terem anunciado ontem (26.09) um novo pacote de ajuda ao país num valor superior a sete mil milhões de euros.

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