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EUA reforçam posição militar no Médio Oriente

Lusa
3 de agosto de 2024

Aumentam receios de escalada de violência no Médio Oriente, com os EUA a reforçarem as suas forças militares na região. Irão disse, este sábado, que foi um "projétil de curto alcance" que matou o líder do Hamas.

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Irão diz que foi utilizado um "projétil de curto alcance" para matar Haniyeh
Irão diz que foi utilizado um "projétil de curto alcance" para matar HaniyehFoto: Iranian Leader Press OfficeAnadolu/picture alliance

O reforço militar norte-americano na região surge na sequência do assassínio atribuído a Israel do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, e da morte, num ataque israelita, de um alto responsável do Hezbollah, que Teerão e o movimento libanês prometeram vingar.

Perante "a possibilidade de uma escalada regional por parte do Irão e dos seus parceiros", Washington anunciou na sexta-feira "alterações à postura militar dos Estados Unidos" para "melhorar a proteção das forças armadas norte-americanas, reforçar o apoio à defesa de Israel e garantir que os EUA estão preparados para uma série de contingências".

Para reforçar as suas forças na região, os Estados Unidos vão enviar mais navios de guerra "com defesas contra mísseis balísticos" e "uma esquadra adicional de aviões de combate", segundo o Pentágono.

O líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, assassinado na quarta-feira em Teerão, foi sepultado sexta-feira um cemitério perto de Doha, após uma homenagem prestada por milhares de fiéis na capital do Qatar, onde vivia no exílio.

Médio Oriente: O que muda com a morte do líder do Hamas?

Entretanto, num comunicado publicado este sábado (03.08) pela agência oficial Irna, os Guardas da Revolução afirmaram que Ismail Hanieyh foi assassinado por um "projétil de curto alcance" disparado contra a sua residência em Teerão, numa operação que o Irão atribui a Israel.

"De acordo com os inquéritos e as investigações, esta operação terrorista foi realizada através do disparo de um projétil de curto alcance com uma ogiva de cerca de sete quilogramas a partir do exterior do alojamento dos hóspedes [provocando] uma forte explosão", afirmou o exército ideológico da República Islâmica.

Os ataques recentes alimentam o receio de um prolongamento da guerra entre Israel, por um lado, e o Irão e os grupos que apoia no Líbano, na Síria, no Iraque e no Iémen, por outro.

Irão espera que Hezbollah ataque Israel "em profundidade"

O representante do Irão na ONU disse, este sábado, que esperava que o Hezbollah atacasse "profundamente" em território israelita e "não se limitasse a alvos militares".

Até agora, "o Hezbollah e o regime [israelita] tinham respeitado certas linhas que o ataque [de terça-feira à noite] ultrapassou", acrescentou o representante, citado pela agência oficial Irna.

O movimento xiita, aliado do Hamas, tem trocado tiros com o exército israelita ao longo da fronteira israelo-libanesa, quase diariamente, desde o início da guerra em Gaza, desencadeada pelo ataque sem precedentes do movimento palestiniano a Israel, a 07 de outubro de 2023.

Benjamin Netanyahu garante que Israel está num "nível muito elevado" de preparação para qualquer cenário
Benjamin Netanyahu garante que Israel está num "nível muito elevado" de preparação para qualquer cenárioFoto: Cohen-Magen/REUTERS

O líder supremo do Irão, ayatollah Ali Khamenei, ameaçou Israel com um "castigo severo", enquanto o chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, avisou para uma "resposta inevitável".

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse já que Israel está num "nível muito elevado" de preparação para qualquer cenário, "tanto defensivo como ofensivo".

Apelos para abandonar o Líbano

A Embaixada dos Estados Unidos no Líbano instou hoje os seus cidadãos a abandonar o país, com "qualquer bilhete de avião disponível", face aos receios crescentes de uma guerra total entre Israel e o Hezbollah libanês. 

Apesar das suspensões e cancelamentos de voos para Beirute, capital do país, "as opções de transporte comercial para sair do Líbano continuam disponíveis", afirmou a embaixada, em comunicado citado pela AFP. 

"Encorajamos aqueles que desejam deixar o Líbano a reservar qualquer bilhete disponível, mesmo que esse voo não parta imediatamente ou siga a rota da sua escolha", refere a mesma nota. 

Também a Suécia anunciou o encerramento da sua embaixada em Beirute, depois de ter aconselhado milhares de cidadãos a abandonar o país.

De acordo com uma fonte de segurança libanesa, um membro do Hezbollah foi morto hoje num ataque de um "drone israelita" a um veículo no sul do Líbano.