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Guiné-Bissau: Três demissões no Governo de Sissoco Embaló

Lusa | bd
18 de junho de 2024

Três dirigentes do partido do ex-primeiro-ministro guineense, Nuno Nabiam, pediram demissão do Governo de iniciativa presidencial, em obediência às orientações nesse sentido.

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Foto: Ludovic Marin/AFP/Braima Darame/DW

De acordo com a mesma fonte da Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), pediram para sair do Governo o ministro da Juventude, Cultura e Desporto, Augusto Gomes, o ministro da Energia, Hideberto Infanda, e o secretário de Estado da Juventude, Garcia Biifa.

Gomes e Biifa entregaram hoje as respetivas cartas de pedido de demissão ao primeiro-ministro, Rui Duarte de Barros, a quem comunicaram que vão deixar de fazer parte do Governo.

"Por motivos políticos, em obediência às orientações superiores do meu partido", escreveram os dois responsáveis da pasta da Juventude, Cultura e Desporto para justificar a saída do Executivo.

Na carta datada de 15 de junho, mas só hoje tornada pública, Hideberto Infanda justifica o pedido de demissão, em parte pela obediência às orientações partidárias, mas, por, alegadamente, as suas competências, enquanto ministro da Energia, terem sido "fragmentadas" desde a entrada em funções do atual Governo em dezembro.

"Continuar mais a pertencer este Governo por algum tempo é submeter a minha pessoa ao estado de desânimo", refere Infanda na carta dirigida a Rui de Barros.

Guinea-Bissau | Nuno Gomes Nabiam, Präsident der APU-PDGB
Três dirigentes do partido do ex-PM guineense pedem demissão do GovernoFoto: Iancuba Dansó/DW

APU-PDGB abandona Sissoco

No sábado, o partido de Nuno Nabiam anunciou ter retirado a "confiança política" ao Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, a quem exigiu que marque eleições presidenciais ainda este ano.

Através de uma declaração política sobre a situação atual do país, a APU-PDGB, o partido de Nabiam, antigo aliado político de Sissoco Embaló, ordenou ainda a demissão imediata dos seus membros do Governo de iniciativa presidencial.

A APU-PDGB disse ter tomado essas decisões na sequência de uma avaliação da situação do país, que considera ser marcada por "interferências" do Presidente da República nos partidos políticos, de "sequestrar as instituições" do Estado e ainda por se lançar "na vã tentativa" de garantir um segundo mandato.

O partido de Nabiam acusa ainda Umaro Sissoco Embaló de pretender instaurar uma ditadura na Guiné-Bissau.

Umaro Sissoco EEmbaló convocou para hoje uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros para, justamente, analisar a exortação do partido APU-PDGB e anunciar a sua decisão em relação aos membros de partidos que integram o executivo.

Em Bissau, nos círculos políticos, admite-se uma remodelação governamental nos próximos dias.