1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Guiné-Bissau: Partido de Nabiam retira confiança ao PR

Lusa
16 de junho de 2024

O partido do ex-primeiro-ministro Nuno Nabiam anunciou ter retirado a "confiança política" ao Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, a quem exigiu que marque eleições presidenciais ainda este ano.

https://p.dw.com/p/4h6it
Nunes Gomes Nabiam (ao centro), presidente do APU-PDGB
Nunes Gomes Nabiam (ao centro), presidente do APU-PDGBFoto: Iancuba Dansó/DW

Através de uma declaração política sobre a situação atual do país, a Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), o partido de Nabiam, antigo aliado político de Sissoco Embaló, ordenou ainda a demissão imediata dos seus membros do Governo de Iniciativa Presidencial.

A APU-PDGB disse ter tomado essas decisões na sequência de uma avaliação da situação do país, que considera ser marcada por"interferências" do Presidente da República nos partidos políticos, de "sequestrar as instituições" do Estado e ainda por se lançar "na vã tentativa" de garantir o seu segundo mandato.

O partido de Nuno Nabiam acusa ainda Umaro Sissoco Embaló de pretender instaurar uma ditadura na Guiné-Bissau.

O Presidente guineense tem repetido que o seu mandato de cinco anos só termina no próximo ano pelo que as eleições deverão ocorrer entre outubro e novembro do mesmo ano. Os principais partidos do país têm rejeitado esta argumentação do chefe de Estado.

"Lembrar ao senhor Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, que o seu mandato presidencial terminará no dia 27 de fevereiro de 2025, data a partir do qual o novo Presidente eleito entrará em funções", observa a APU-PDGB.

O partido adverte Sissoco Embaló a manter-se equidistante dos problemas internos dos partidos políticos, sob pena de convocar uma "mobilização popular sem precedentes" na história do país.

Exige ainda celeridade no julgamento de civis e militares detidos acusados de tentativa de golpe de Estado de 01 de fevereiro. O julgamento tem sido sucessivamente suspenso desde o início deste mês.

Nuno Nabiam foi aliado político de Embaló, de quem foi primeiro-ministro entre fevereiro de 2020 a agosto de 2023.

Nabiam, na altura vice-presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP, parlamento guineense) foi quem conferiu posse a Umaro Sissoco Embaló, declarado vencedor da segunda volta das presidenciais de 2019 pela Comissão Nacional de Eleições.

O presidente do parlamento de então, Cipriano Cassamá, tinha declinado conferir a posse à Embaló e Nabiam assumiu a responsabilidade, tendo sido, de seguida, nomeado primeiro-ministro.

Ao deixar de ser primeiro-ministro, na sequência das eleições legislativas de 2023, Nabiam assumiu o posto de Conselheiro Especial do Presidente da República, cargo do qual se demitiu em fevereiro passado, alegando discordância com a atuação de Umaro Sissoco Embaló.

Desde então, Nabiam passou a desferir de forma sistemática ataques à gestão de Embaló.

Agora pede a saída do Governo dos seus quadros: Valentino Hideberto, Ministro da Energia, Augusto Gomes, da Cultura, Juventude e Desporto e Garcia Biafa Bideta, secretário de Estado da Juventude.

Simões Pereira: "Nunca deixei de lutar pela Guiné-Bissau"