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PAIGC acusa Governo guineense de totalitarismo e ditadura

Lusa
3 de janeiro de 2023

O PAIGC, na oposição na Guiné-Bissau, acusou esta terça-feira (03.01) o regime no país de tentativa de instaurar uma ditadura e de totalitarismo, através de silenciamento de vozes críticas.

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Guinea Bissau PAIGC  Parteizentrale 2010
Foto: Moussa Balde/epa/picture alliance

Em comunicado, a que a Lusa teve acesso, o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) aludiu ao rapto e espancamento de um comerciante, alegadamente por "homens armados" que dias antes criticou as autoridades pela forma como será concedido o acesso ao mercado central de Bissau.

O comerciante Ussumane Baldé criticou a presença de militares no dia da inauguração do mercado central, inoperante durante 16 anos, depois de ter sido consumido por um incêndio.

Guinea-Bissau PAIGC-Mitglieder
Ataques para silenciar vozes críticasFoto: Iancuba Dansó/DW

Os antigos comerciantes do mercado, agora transformado num centro comercial de três pisos, não concordaram pelo facto de as autoridades terem deixado claro que os novos ocupantes serão pessoas com capacidade para pagar a renda a ser fixada.

Ussumane Baldé foi uma das vozes críticas, em 27 de dezembro, quando o mercado foi inaugurado pelo chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló.

"Silêncio cúmplice"

Em 30 de dezembro Baldé foi raptado e espancado, alegadamente, por pessoas encapuzadas quando se dirigia do centro de Bissau para a sua residência nos subúrbios.

Paris | Guinea-Bissau's Präsident Umaro Sissoco Embalo
O PAIGC fala de "silêncio cúmplice" do regime de Umaro Sissoco Embalo Foto: AFP

"O agredido, segundo consta, se encontra em estado grave, correndo sérios riscos de vida", referiu o PAIGC no seu comunicado.

O partido responsabiliza o atual regime e condena o "silêncio cúmplice" das autoridades do país "por mais um, entre tantos atos de agressão e brutalidade" cometidos pelas forças de defesa e segurança.

"Repudiar mais uma tentativa do atual regime em tentar amordaçar os direitos e as liberdades fundamentais recorrendo a métodos violentos e retrógrados típicos de um Estado de ditadura e do totalitarismo", acrescenta o PAIGC na nota.

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