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Falta sangue e medicamentos nos hospitais de Inhambane

8 de julho de 2024

As unidades de saúde em Inhambane estão sem reservas de sangue. O governo reconhece as dificuldades e no caso da falta de medicamentos fala em má gestão. Pacientes não têm dinheiro para recorrer a farmácias privadas.

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Hospital sobrelotado em Pemba, Moçambique
Foto: Estácio Valoi

Todas as unidades sanitárias públicas da província de Inhambane, sul de Moçambique, debatem-se com a falta de medicamentos, sangue e até comida para os pacientes.

Como consequência, alguns doentes têm recorrido a farmácias privadas para a obtenção de fármacos, sob orientação das unidades públicas, como é o caso de Jaime Antunes. "Disseram para ir na farmácia privada porque aqui no hospital não há amoxaxilina", conta este paciente.

Alguns pacientes percorrem quilómetros para buscar atendimento hospitalar, o que nalguns casos acaba sendo em vão, já que escasseia um pouco de tudo nas unidades sanitárias.

E recorrer a farmácias privadas não é uma solução acessível a todos, como conta o paciente Calisto Macamo. Depois do atendimento médico, o que lhe resta não dá para muito. "Aqui só tenho dinheiro para voltar a casa, não tenho mais dinheiro", desabafa.

Bartolomeu Savanguane, outro utente de Inhambane, revela que as farmácias públicas foram transformadas em privadas pelos profissionais de saúde, que supostamente tiram vantagem disso. "Nas farmácias, aquilo é negócio e não entra apoio do governo porque é uma coisa privada", lamenta.

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"Stock zero"

As unidades sanitárias não costumam ter reservas de sangue suficientes. A atual situação parece ser ainda mais desastrosa, como revela Jorge Milane, técnico de laboratório no hospital rural de Vilankulos.

"Voltamos nas nossas atividades ao stock zero ou, em outras palavras, a uma ruptura de sangue", revela o técnico de saúde.

O governo local reconhece as dificuldades. Eduardo Mussanhene, governador de Inhambane, disse à imprensa na semana passada que a falta de medicamentos  nos hospitais resulta da má gestão dos armazéns.

"Nós temos colocado medicamentos suficientes para atender o nível das doenças classificadas como prioritárias nos nossos hospitais, qualquer cidadão pode ir lá e será atendindo, portanto o que está acontecer é má gestão.", justificou o governador.