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Aumentam os pedidos de observação eleitoral na Zambézia

5 de setembro de 2024

Zambézia regista fluxo histórico de pedidos para observação eleitoral. A previsão é credenciar mais de 15 mil observadores. Analista levanta questões sobre transparência do processo e compromisso com a verdade eleitoral.

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Observadores eleitorais em Moçambique
STAE prevê credenciar, no mínimo, 15 mil observadoresFoto: DW/A. Cascais

O Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) na província moçambicana da Zambézia está a receber, todos os dias, dezenas de pedidos de organizações com interesse em observar as eleições gerais na província.

A autoridade prevê credenciar, no mínimo, 15 mil observadores. Também o número de jornalistas à espera de credenciação é elevado, diz o presidente da Comissão Provincial de Eleições da Zambézia, Emílio Mpanga.

"Estamos ainda a credenciar em função dos pedidos que dão entrada nos órgãos de administração e gestão eleitoral sendo que jornalistas, a nossa previsão é de 500 em relação ao processo passado que tínhamos 180 jornalistas credenciados. Entendemos que esta previsão de 500 é por serem eleições gerais. Nós tínhamos pouco mais de 12 mil e estamos a prever credenciar pouco mais de 15 mil", revelou.

Mpanga lembra que "o processo de credenciação está em curso" e espera números altos: "Acreditamos que com o número de entradas podemos provavelmente ultrapassar este número de 15 mil. Os observadores estão mais interessados no próprio dia 9, pelo menos dos que dão entrada. Esperamos que este número de 15 mil possa ser ultrapassado".

 Emílio Mpanga, presidente da Comissão Provincial de Eleições da Zambézia
Emílio Mpanga, presidente da Comissão de Eleições da Zambézia, espera números altosFoto: DW/M. Mueia

O importante é o compromisso com a democracia

Questionado pela DW sobre o fluxo atípico de observadores, o analista político Lourindo Verde diz que o mais importante não é ter muitos observadores. "É bom termos um número elevado de observadores, mas que estejam comprometidos com a democracia e a transparência eleitoral. Não queremos observadores que apenas estarão lá para legitimar qualquer tipo de resultado que estará disponível, tragam relatórios reais", pede.

Com o aproximar das eleições, e em plena campanha eleitoral, tem havido na Zambézia uma intensa troca de acusações entre os partidos. A RENAMO e o MDM acusam o partido no poder, a FRELIMO, de viciar as listas dos membros das mesa de votação (MMVs).

O delegado provincial do MDM, Victorino Francisco, acusa a FRELIMO de ter enviado para o STAE uma lista de nomes de membros para serem apurados como formadores de membros das mesas de voto.

Também a RENAMO, através do seu mandatário, Samuel Mau Gente, veio a público queixar-se de uma suposta fraude organizada pelos "vermelhos" em Quelimane, que, segundo diz, será executada nas mesas de votação de quase todos os distritos da província.

Lourindo Verde, analista político
Lourindo Verde: "Não queremos observadores que apenas estarão lá para legitimar qualquer tipo de resultado que estará disponível"Foto: DW/M. Mueia

"O partido FRELIMO emitiu uma lista instando o STAE a apurar os tais formadores. Com base nesta lista, o STAE distrital cumpriu com a orientação do partido FRELIMO e fez o apuramento dos formadores. O número 1 do partido FRELIMO consta na lista apurada pelo STAE na posição 6, o número 2 está na posição 23, respetivamente. Esses atos definitivamente envergonham a nossa democracia", denuncia. 

FRELIMO: "A vitória prepara-se e a vitória organiza-se!"

Por seu lado, o primeiro secretário da FRELIMO em Quelimane, Laurindo Piloto, diz que o seu partido está a ser vítima de acusações por mostrar estar mais organizado para ganhar as eleições.

"Se eles reparam a nossa organização em como estamos a recrutar (os MMVs) isso não é da nossa responsabilidade. Eles sempre acusam a FRELIMO pela maneira como ela está organizada, nós sempre nos organizamos cedo para o recrutamento dos membros da mesa. isso não é da nossa responsabilidade, o resto é com o STAE. A vitória prepara-se e a vitória organiza-se!", argumenta. 

A campanha e propaganda eleitoral para as eleições gerais de 9 de outubro está a ficar cada vez mais intensa. Esta semana, o candidato independente apoiado pelo Podemos, Venâncio Mondlane, o candidato do MDM, Lutero Simango, e o candidato da Nova Democracia,  Salomão Muchanga, caçam votos esta semana na Zambézia.

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