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Dívidas ocultas: Veteranos da FRELIMO demarcam-se de Chang

Lusa
13 de agosto de 2024

Associação dos Combatentes da Luta de Libertação de Moçambique distanciou-se hoje do que apelidou de "falcatruas" do ex-ministro Manuel Chang, condenado pela Justiça norte-americana no caso das dívidas ocultas.

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Bandeira da FRELIMO
Foto: Amós Fernando/DW

O secretário-geral da Associação dos Combatentes da Luta de Libertação de Moçambique (ACCLIN), Fernando Faustino, distanciou-se hoje do que apelidou de "falcatruas" do ex-ministro Manuel Chang, condenado pela justiça norte-americana no caso das dívidas ocultas.

"Aquilo é fruto do que aconteceu na vida dele, não tem nada a ver com a FRELIMO. Você pode ser membro da FRELIMO, mas o facto de ser membro da FRELIMO não significa que você tem de se meter em falcatruas", disse aos jornalistas o líder da estrutura veteranos da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO, partido no poder), durante uma conferência de imprensa em Nampula, no norte do país.

Para Fernando Faustino, o ex-ministro das Finanças moçambicano está apenas a assumir responsabilidade sobre as irregularidades por si cometidas: "Quando você está na FRELIMO tem de saber que quando comete alguma irregularidade você vai ser punido, vai ser sancionado (…) cada um assume a sua responsabilidade".

O ex-ministro das Finanças de Moçambique Manuel Chang foi condenado, na quinta-feira (08.08), nos Estados Unidos, no âmbito do caso das dívidas ocultas.

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Chang foi acusado de aceitar subornos e de conspiração para desviar fundos dos esforços de Moçambique para proteger e expandir as suas indústrias de gás natural e pesca, num plano para enriquecer e enganar investidores. Os procuradores acusaram Chang de recolher sete milhões de dólares em subornos, transferidos através de bancos norte-americanos para contas europeias de um associado.

O antigo governante foi detido em 29 de dezembro de 2018 no Aeroporto Internacional O. R. Tambo, em Joanesburgo, na África do Sul, quando estava a caminho do Dubai, com base num mandado de captura internacional emitido pelos Estados Unidos em 27 de dezembro, pelo seu envolvimento no processo das chamadas dívidas ocultas.

Chang rejeita todas as acusações e aponta o atual Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, à data ministro da Defesa, como sendo quem o mandou assinar as garantias bancárias que viabilizaram as dívidas ocultas.

O escândalo das dívidas ocultas remonta a 2013 e 2014, quando o então ministro das Finanças aprovou, à revelia do parlamento, garantias estatais sobre os empréstimos da Proinducus, Ematum e MAM aos bancos Credit Suisse e VTB.

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