Angola quer mais apoio de Portugal para formar jovens
23 de julho de 2024João Lourenço discursava após se encontrar com o primeiro-ministro português, Luís Montenegro que chegou esta terça-feira (23.07) a Angola para uma visita oficial de três dias, numa sessão solene na sala de Conselho de Ministros do Palácio Presidencial, em Luanda.
O chefe do Executivo angolano adiantou que vão ser assinados oito instrumentos de cooperação que constituem a base em que se vão desenvolver novas iniciativas e ações voltadas para alargamento e intercâmbio entre os dois países, de que espera obter "resultados tangíveis".
Crédito Portugal-Angola
O chefe de Estado angolano regozijou-se com a visita oficial de Montenegro a Angola depois do encontro que mantiveram em Lisboa há três meses, declarando que esta "será mais uma oportunidade" de fazer nova análise das relações bilaterais entre os dois países.
O primeiro-ministro português anunciou o reforço da linha de crédito Portugal-Angola em mais 500 milhões de euros e assumiu como objetivo dar um "novo grande impulso" nas relações entre os dois países, sobretudo económicas.
"Ajudará as empresas portuguesas e o Governo de Angola a fazerem investimentos em infraestruturas e também noutros domínios que possam favorecer a diversificação da economia angolana e a criação de condições para o desenvolvimento do país", disse.
João Lourenço assinalou que este curto espaço de tempo reflete "o interesse mútuo" que está na base da cooperação entre os dois países, que abrange praticamente todos os setores da vida nacional.
"Teremos certamente oportunidade de alinhar as nossas visões e pontos de vista para dinamizar a cooperação em setores que, sendo vitais, ainda não adquiriram a velocidade desejada e o grau de implementação suficientemente aceitável, para que possamos fazer um balanço ainda mais satisfatório da cooperação bilateral", destacou.
Mais ajuda aos jovens angolanos
O Presidente angolano disse que os dois países "têm realizado um vasto leque de relações de cooperação em muitos domínios, mas há espaço para outros", sobretudo ao nível da juventude, com Angola a estabelecer prioridades "que pretende atender e resolver com o apoio de Portugal".
Entre estes, apontou a formação técnico-profissional em ramos fundamentais para o funcionamento da economia angolana, sendo "essencial" que Angola disponha de um elevado número de "quadros jovens" para satisfazer a demanda.
João Lourenço sublinhou que as relações Angola e Portugal envolvem um lado afetivo e fraterno, pelo que devem ter no plano bilateral "canais mais abertos e fluidos que facilitem o intercâmbio entre as nações".