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EducaçãoAngola

Angola: Incentivos para o ensino profissional causam celeuma

José Adalberto
22 de julho de 2024

O Governo vai atribuir um subsídio mensal de 50 mil kwanzas aos formandos do Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional (INEFOP). Medida é globalmente aplaudida, mas também criticada por ser pouco abrangente.

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Foto: Adolfo Guerra/DW

O anúncio da medida, que vai abranger mais de 120 mil formandos, foi feito pelo secretário de Estado para o Trabalho e Segurança Social, durante um encontro com a comunicação social. Pedro Filipe diz que a medida pretende incentivar a formação profissional e combater o abandono escolar.

"Precisamos de diminuir o número de desistências e o número de reprovações que, infelizmente, temos ainda testemunhado no âmbito do sistema de formação profissional”, justificou o governante.

Isaías António frequenta o curso de Informática no centro de formação profissional de Viana, nos arredores de Luanda. Para ele, o anúncio da atribuição do subsídio de cerca de 52 euros é uma decisão acertada.

"Acredito que irá ajudar, porque os estudantes têm dificuldades de transporte. Estes 50 mil kwanzas já vão dar para alguma coisa", comentou.

Para a formanda Tanayana de Oliveira, o apoio chega em boa hora. "Acho que é uma boa medida que estão a tomar, atendendo às dificuldades que os estudantes passam, não só com transporte, mas também com a alimentação", opinou.

Pedro Filipe, secretário de Estado para o Trabalho e Segurança Social
Pedro Filipe, secretário de Estado para o Trabalho e Segurança SocialFoto: Privat

Medida estender-se-á ao ensino privado em 2026

Para além dos centros do INEFOP,  o governo controla mais de mil instituições que ministram cursos de formação profissional no país. O secretário de Estado garante que os incentivos vão chegar a todos.

"Nesta primeira fase, vai abranger apenas os centros públicos, aqueles que são controlados pelo INEFOP, mas, no ano subsequente, portanto 2026, aqueles que frequentarem a formação privada também serão beneficiados", prometeu.

O presidente do Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA), Francisco Teixeira, congratula-se com a medida de apoio anunciada pelo Executivo, mas entende que a mesma peca pela falta de abrangência a outros setores de ensino que enfrentam as mesmas dificuldades.

"O normal seria que essa medida abrangesse todo o sistema de ensino, todos os estudantes que,  através de uma declaração de pobreza, justificassem que são pobres ou incapazes de pagar as despesas de transporte e aquisição de material escolar", defendeu Francisco Teixeira. 

Antevendo possíveis descaminhos e aproveitamento do dinheiro para outros fins, Francisco Teixeira espera que as autoridades policiais e judiciais estejam atentas.

Dados do Ministério da Educação de Angola indicam que existem mais de oito milhões de alunos inscritos no ano letivo 2023/2024.

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