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ReligiãoAngola

Angola: Bispos pedem redução dos custos da cesta básica

Lusa
28 de setembro de 2024

Os bispos católicos angolanos afirmaram que o país continua "marcado negativamente" pela pobreza, fome e subdesenvolvimento, exortando o governo a priorizar políticas para reduzir o custo da cesta básica.

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Belmiro Chissengueti, bispo de Cabinda, em julho de 2024
Belmiro Chissengueti, porta-voz do conclave e bispo de CabindaFoto: Simão Lelo/DW

Este posicionamento consta do comunicado final da II Assembleia Ordinária Anual da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), que encerrou este sábado (28.09) em Luanda, apresentado pelo porta-voz do conclave e bispo de Cabinda, Belmiro Chissengueti.

Os prelados católicos saudaram e encorajaram todos os cidadãos a participarem do Censo Geral da População e Habitação, que decorre até 30 de setembro em todo o estado angolano, encorajando igualmente os cidadãos a colaborarem na elaboração de um verdadeiro exame de consciência nacional, no âmbito das celebrações dos 50 anos de independência em novembro de 2025.

Um "verdadeiro exame de consciência nacional" tendente à "superação da intolerância e a busca de uma verdadeira reconciliação nacional".

Os bispos constataram que num país "marcado negativamente pela pobreza, pela fome, pelo subdesenvolvimento", o executivo angolano deve priorizar "políticas tendentes à redução do custo da cesta básica por causa dos pesados e insuportáveis impostos de vária ordem".

De acordo com os bispos da CEAST, os referidos impostos são responsáveis pela falência de muitas empresas nacionais e abrem caminho" à perigosa perda da independência económica com todas as nefastas consequências para a vida social das famílias e dos indivíduos".

Belmiro Chissengueti referiu que o apelo dos bispos, "sobre a situação precária dos cidadãos", é dirigido ao executivo angolano por este ser o tutor das políticas públicas e da elaboração do Orçamento do Estado.

Lamentou os índices de pobreza que persistem, os assaltos recorrentes a camiões com produtos alimentares em plena via pública e a perda do poder de compra dos salários, defendendo que a luta contra a fome "deve ser prioridade de qualquer nação, porque ninguém progride e sobrevive de barriga vazia".

Os bispos angolanos expressaram também "tristeza grande e dor" pela exclusão do sistema de ensino de milhares de crianças e adolescentes, observando que tal situação hipoteca o seu futuro e o futuro da nação. 

Numa conferência de imprensa, o porta-voz da CEAST considerou ainda que não se pode construir a nação sem a educação das crianças, recordando que o país celebra em 2025 os 50 anos de independência e o "problema da inclusão escolar deve ser levado com seriedade".

"A violência infantil e o consumo de drogas perdura e nós, os adultos, devemos ter vergonha de não termos dado uma atenção melhor às crianças, por não faltaram oportunidades", criticou.

A plenária da CEAST reconduziu a direção cessante para mais três anos, mantendo o arcebispo José Manuel Imbamba, como presidente do órgão, o bispo Estanislau Marques Chindecasse (vice-presidente), o bispo Maurício Camuto (secretário-geral) e o arcebispo Luzizila Kiala (secretário-geral adjunto) para o triénio 2024-2027.

A mensagem pastoral "Escolhidos para estarem com Ele" 2024-2025 e o regulamento dos escuteiros católicos na Associação dos Escuteiros de Angola foram aprovados neste conclave.

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