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Alemanha traz mostra dedicada ao povo Dogon e sua arte

13 de outubro de 2011

Mostra de arte em Bona cria pontes entre os povos Dogon e alemão. Apesar de muitos nativos não terem acesso à mostra, as exposições levam ao visitante cheiros e o contacto com um povo afetado pela seca.

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Dança das máscaras, em TireliFoto: Kunst- und Ausstellungshalle der Bundesrepublik Deutschland

Bandiagara é o nome de uma cidade e de uma região no Mali, um país da África Ocidental. Em 1989, a espetacular falésia longa de 200 quilómetros de Bandiagara foi colocada na lista do Património Cultural da Humanidade das Nações Unidas, juntamente com as tradições do povo Dogon, que habita a região.

No Pavilhão de Exposições e Arte da República Federal da Alemanha, em Bona, foi inaugurada, esta quinta-feira (13.10.) uma exposição dedicada aos Dogon e à sua arte.

Arte versus culto

Em Bona, não estão expostos apenas objetos de arte. O visitante depara-se com construções em barro vermelho e fotografias gigantescas, que o transportam para o Mali. Segundo o diretor da mostra, Wolfger Stumpfe, a intenção é mostrar ao público onde foram criadas todas estas obras. Há muitos anos que há um debate sobre se se trata de objetos de arte, de culto ou de uso diário, mas, diz Stumpfe, "ninguém o sabe ao certo. Penso que são de tudo um pouco, se bem que não tenham surgido num contexto da 'art pour l'art' específico da nossa vivência ocidental". Mesmo assim, continua o diretor, "são objetos de arte".

Dogon Ausstellung Dogon Trog
Dogon Trog Fotograf: Don Tuttle © Robert T. Wall © Kunst- und Ausstellungshalle der Bundesrepublik Deutschland In der spektakulären Landschaft der Felsen von Bandiagara im heutigen Mali entwickelte sich die Kultur der Dogon. Rund 250 der schönsten Zeugnisse der Jahrhunderte alten Traditionen werden in der Ausstellung präsentiert. Beeindruckende Masken, rituelle Holzskulpturen und Schmuckgegenstände aus Metall führen die besondere Ästhetik der Dogon vor Augen und sind ein mehr als würdiger Auftakt für die neue Afrika-Reihe der Bundeskunsthalle, die mit dieser Ausstellung eröffnet wird. ***Das zur Verfügung gestellte Bildmaterial darf nur zu Pressezwecken im Rahmen aktueller Berichterstattung über diese Ausstellung (i.d.R. vier Wochen vor und vier Wochen nach, sowie während der Laufzeit der Ausstellung) und unter Hinweis auf das Copyright verwendet werden. ***Foto: Robert T. Wall

Nativos não têm acesso à mostra

No fundo trata-se de duas exposições, uma de História da Arte e a outra etnográfica. Conscientemente tentou evitar-se o exotismo.

Logo à entrada, está uma das máscaras dogon mais bonitas ainda existentes. À sua volta estão imagens do dia-a-dia, que mostram um dançarino usando uma máscara ao pé de um rapaz que veste uma camisola da seleção de futebol alemã.

A temática da visão do ocidente sobre África é completada com a visão dos Dogon sobre o ocidente, diz Stumpfe: "o visitante pode ouvir entrevistas recém-filmadas nas quais colocámos várias perguntas aos Dogon". Uma delas é o que acham desta mostra em Bona, que antes esteve em Paris. Como conta o diretor, eles respondem que, por um lado, sentem orgulho pelo enorme interesse gerado quando a exposição passou por Paris, onde teve 200 mil visitantes, "mas muitos estranham que os próprios Dogon não tenham a possibilidade de ver os objetos expostos, embora representem a suas tradições e culturas", esclarece.

Dogon Ausstellung Dogon Trog
Dogon Trog Fotograf: Don Tuttle © Robert T. Wall © Kunst- und Ausstellungshalle der Bundesrepublik Deutschland In der spektakulären Landschaft der Felsen von Bandiagara im heutigen Mali entwickelte sich die Kultur der Dogon. Rund 250 der schönsten Zeugnisse der Jahrhunderte alten Traditionen werden in der Ausstellung präsentiert. Beeindruckende Masken, rituelle Holzskulpturen und Schmuckgegenstände aus Metall führen die besondere Ästhetik der Dogon vor Augen und sind ein mehr als würdiger Auftakt für die neue Afrika-Reihe der Bundeskunsthalle, die mit dieser Ausstellung eröffnet wird. ***Das zur Verfügung gestellte Bildmaterial darf nur zu Pressezwecken im Rahmen aktueller Berichterstattung über diese Ausstellung (i.d.R. vier Wochen vor und vier Wochen nach, sowie während der Laufzeit der Ausstellung) und unter Hinweis auf das Copyright verwendet werden. ***Foto: Robert T. Wall

Não é só a falta de dinheiro para pagar a viagem para a Europa. Acresce a dificuldade de obter um visto, porque a visita de uma exposição não costuma ser aceite como motivo para a concessão do cobiçado carimbo.

Tocar tambores num cubo

Uma outra exposição simultânea serve igualmente para ilustrar a situação atual na terra dos Dogon. A Ação Agrária Alemã instalou um enorme cubo no museu para criar uma ligação diferente com o Mali.

Sonja Eberle, da organização de assistência ao desenvolvimento, explica que dentro do cubo o visitante pode tocar tambores, cheirar os cheiros do país dos Dogon, ver filmes e, sobretudo, "entrar diretamente em contacto com aquele povo por meio da internet e descobrir o que estão a almoçar".

Autores: Cristina Krippahl
Edição: Bettina Riffel/Marta Barroso