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Zelenski visita leste da Ucrânia em meio à ofensiva russa

29 de maio de 2022

Foi a primeira visita do presidente ao leste desde o início do conflito. Líder ucraniano afirma que nem todo o território conquistado por Moscou desde 2014, incluindo a Crimeia, poderá ser retomado por meios militares.

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Zelensky em Kharkiv
Zelensky em Kharkiv. Presidente admite que situação no leste é difícil para as tropas ucranianasFoto: The Presidential Office of Ukraine

O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, visitou neste domingo (29/05) o leste do seu país pela primeira vez desde o início da invasão russa. A visita ocorreu enquanto as tropas russas apertam o cerco sobre as cidades de Severodonetsk e Lyssychansk, no Donbass. Zelenski não tinha saído da região da capital, Kiev, desde o início do conflito.

Em imagens divulgadas no Telegram, Zelenski foi visto em Kharkiv, vestido com colete à prova de balas, inspecionando prédios destruídos e veículos carbonizados na beira da estrada, acompanhado por assessores e soldados armados.

"Vocês arriscam suas vidas por todos nós e por nosso país", disse Zelenski aos soldados ucranianos na cidade.

Kharkiv, que foi bombardeada quase diariamente no início da invasão russa, em 24 de fevereiro, passa por uma situação um pouco mais calma no momento após a saída das tropas russas. A parte leste da cidade, no entanto, continua sendo bombardeada esporadicamente pela artilharia russa.

Após uma série de ofensivas malsucedidas contra Kiev e Kharkiv (nordeste) no início da guerra, as forças russas passaram a se concentrar no leste da Ucrânia para controlar a área do Donbass, que desde 2014 está parcialmente sob o controle de separatistas apoiados por Moscou.

A situação em Lyshchansk"claramente se agravou", disse o governador da região de Lugansk, Serguei Gaidai, no aplicativo de mensagens neste domingo.

"Nesta guerra, os invasores estão tentando obter um resultado, seja ele qual for. Mas devem ter entendido há muito tempo que defenderemos nossa terra até o fim. Eles não têm saída, vamos lutar e vencer", disse Zelensky.

No sábado, o ministério da Defesa russo anunciou a ocupação da cidade-chave de Lyman. Seu controle abre caminho para Sloviansk e Kramatorsk, no Donbass.

No domingo, o exército ucraniano também informou que as tropas russas estavam se reagrupando massivamente nesta área.

Até Zelenski reconheceu que "a situação nesta região do Donbass (era) muito, muito difícil", com bombardeios pesados de artilharia e mísseis. No entanto, ele assegurou que "se os ocupantes acreditam que Lyman e Severodonetsk são deles, estão errados".

O líder ucraniano também afirmou que não acredita que todos o território ucraniano capturado pela Rússia desde 2014 - que inclui a Crimeia - possa ser reconquistado à força.

"Não acredito que possamos restaurar todo o nosso território por meios militares. Se decidirmos seguir esse caminho, perderemos centenas de milhares de pessoas", disse o presidente ucraniano.

Zelenski falará na segunda-feira na cúpula europeia em Bruxelas, onde os líderes dos 27 estados membros se reunirão para tomar uma decisão sobre o embargo ao petróleo russo.

Ainda no sábado, Zelenski afirmou que a Rússia deveria ser declarado um "Estado terrorista". "Relembrarei ao mundo que a Rússia deve ser reconhecida oficialmente como um Estado terrorista, um Estado patrocinador do terrorismo. Isso é certo, isso é justo e reflete a realidade diária que os invasores criaram na Ucrânia. E estão ansiosos para levar à Europa", garantiu o presidente ucraniano, em pronunciamento.

jps (EFE, AFP)