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Visita de Lula à Casa Branca deve ficar para depois da posse

6 de dezembro de 2022

Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA se reuniu com o presidente eleito e fez convite em nome de Biden. Celso Amorim afirma que viagem deve ocorrer no início de 2023.

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Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, e Lula
Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, e Lula se reuniram em BrasíliaFoto: Ricardo Stuckert/ REUTERS

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, convidou oficialmente nesta segunda-feira (05/12) o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva para visitar a Casa Branca, o que deverá acontecer somente depois que o brasileiro tomar posse, em 1º de janeiro.

O conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, se reuniu com Lula em Brasília por quase duas horas. Em nome de Biden, Sullivan fez o convite a Lula para visitar Washington, afirmou a Casa Branca em comunicado.

"Ele [Sullivan] parabenizou o presidente eleito pela vitória eleitoral e discutiu a importância de manter canais abertos de comunicação entre os dois países durante a transição", diz o comunicado, que não inclui uma data para a visita.

"Os líderes também discutiram como os Estados Unidos e o Brasil podem continuar trabalhando juntos para enfrentar desafios comuns, incluindo o combate às mudanças climáticas, a salvaguarda da segurança alimentar, a promoção da inclusão, democracia, paz e estabilidade internacional e a gestão da migração regional", prossegue o texto.

Lula saudou o convite em postagem no Twitter. "Recebi hoje do conselheiro de segurança norte-americano Jake Sullivan o convite do presidente Joe Biden para visitá-lo na Casa Branca. Estou animado para conversar com o presidente Biden e aprofundar a relação entre nossos países", escreveu.

"O Brasil está voltando a ser respeitado pelo mundo", escreveu Lula no Instagram, junto a uma foto de um aperto de mão entre ele e Sullivan.

Viagem após a posse

Na semana passada, Lula havia dito que planejava viajar aos EUA para se reunir com Biden ainda antes de assumir a Presidência. Mas o principal conselheiro de Lula para política externa, o ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim disse a repórteres que ainda não foi definida uma data para a visita à Casa Branca e que Lula comunicou a Sullivan que a viagem pode ter que esperar até depois de sua posse.

Amorim, que esteva presente no encontro desta segunda, afirmou que Biden estaria disposto a receber Lula mesmo antes de ele tomar posse, mas que um cenário mais provável é o início do ano que vem. 

"O presidente [eleito] comentou a situação interna, negociações diversas que ainda estão ocorrendo e disse que talvez não desse [para ir aos EUA antes de assumir]. Não disse não, mas que talvez não desse, e valorizou muito o fato de o convite ter sido feito dessa maneira", afirmou Amorim. "Ele acha que dá para ir logo no início do ano [2023] também, já numa visita oficial como presidente."

"Começar a todo vapor"

A porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, afirmou que faz sentido convidar Lula para uma visita mesmo antes de ele tomar posse. "Queremos começar a todo vapor essa importante relação bilateral", afirmou.

As relações entre o Brasil e os EUA esfriaram depois que Biden derrotou nas urnas, em 2020, Donald Trump, ídolo do presidente Jair Bolsonaro.

De acordo com Amorim, Sullivan ressaltou a importância da vitória eleitoral de Lula para o fortalecimento da democracia na região, fazendo uma comparação entre o trumpismo e o bolsonarismo.

O ex-chanceler afirmou que Lula e Sullivan tiveram uma conversa "muito ampla", sobre temas que incluíram o combate às mudanças climáticas, a guerra na Ucrânia, desenvolvimento econômico, tecnologia verde, o fortalecimento da democracia na América Latina, a situação no Haiti e a crise na Venezuela.

Além de Amorim, participaram do encontro desta segunda o ex-ministro da Educação Fernando Haddad (PT), integrante da equipe de transição e cotado para assumir o Ministério da Fazenda, e o senador Jaques Wagner (PT-BA).

Sullivan foi acompanhado pelo diretor-sênior para o hemisfério Ocidental do Conselho de Segurança Nacional, Juan González, e Ricardo Zúniga, secretário-adjunto de hemisfério Ocidental no Departamento de Estado.

lf (Reuters, AFP, ots)