Venezuela prende executivos de seu maior banco privado
3 de maio de 2018A Venezuela anunciou nesta quinta-feira (03/05) a prisão de 11 executivos do maior banco privado do país, o Banesco, sob acusação de promover ataques contra a moeda nacional e estimular sua desvalorização.
"Determinamos a responsabilidade presumida [dos executivos] por uma série de irregularidades, por facilitar e encobrir ataques contra a moeda venezuelana com o objetivo de destruí-la”, afirmou o procurador-geral Tarek Saab, numa coletiva de imprensa.
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Segundo Saab, um sistema financeiro paralelo, que impulsionou a desvalorização do bolívar, foi criado na Venezuela para atacar o desenvolvimento socioeconômico, e teve o banco como parte envolvida. O procurador atribui a crise econômica a esse sistema.
Entre os detidos estão o executivo-chefe do Banesco, Oscar Doval, e os vice-presidentes Jesús Irausquin, Carlos Lorenzo, Pedro Pernía e Belinda Omaña. Além deles, uma ordem de prisão foi emitida ainda para diretores de alto escalão no banco.
Durante a coletiva, Saab não apresentou evidências que comprovassem a acusação e também não permitiu que os jornalistas fizessem perguntas.
A investigação contra o banco foi anunciada em 18 de abril. O governo alegou na época que o Banesco facilitava transferências sem verificação.
O presidente do Banesco, Juan Carlos Escotet, é alvo frequente de críticas do governo venezuelano, que recentemente anunciou a compra da instituição financeira. Escotet, que vive na Espanha, negou o anúncio da venda do banco.
O país enfrenta uma forte crise econômica e sofre com a hiperinflação e desvalorização constante de sua moeda. A Venezuela mantém controles cambiais, e o governo impôs uma taxa cambial oficial de 69.000 bolívares por dólar. No mercado negro, porém, a cotação do dólar chega a 800 mil bolívares.
O presidente venezuelano, Nicólas Maduro, culpa uma suposta guerra econômica pela crise no país. Críticos contestam essa versão e afirmam que a atual situação é resultado da incompetência e de políticas sociais fracassadas.
A hiperinflação transformou os poderosos bancos em armazéns de dinheiro inútil que valem no máximo, segundo a agência de notícias Reuters, 40 milhões de dólares.
Em março, como medida para fortalecer a moeda, Maduro anunciou o corte de três zeros no bolívar e a criação do bolívar soberano, com a introdução de moedas de 50 centavos e de 1 bolívar, além de notas de 2, 5, 10, 20, 50, 100, 200 e 500.
CN/rtr/efe/ots
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