1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW
SaúdeReino Unido

Pfizer e AstraZeneca são efetivas contra variante indiana

23 de maio de 2021

Estudo da agência de saúde pública do Reino Unido apontou que os dois imunizantes oferecem alta proteção contra casos sintomáticos da mutação indiana do coronavírus, duas semanas após a segunda dose.

https://p.dw.com/p/3tpuu
Mãos com luvas cirúrgicas seguram injeção e frasco de vacina
Tanto a vacina da Pfizer quanto a da AstraZeneca estão em uso no BrasilFoto: Guillermo Legaria/Getty Images

As vacinas contra a covid-19 desenvolvidas pela Pfizer e pela AstraZeneca são altamente efetivas contra a variante indiana do coronavírus, segundo um estudo divulgado pela agência de saúde pública do Reino Unido, Public Health England (PHE), na noite de sábado (22/05).

A pesquisa, realizada entre 5 de abril e 16 de maio, apontou que os dois imunizantes, ambos em uso nas campanhas de vacinação do Brasil e do Reino Unido, se mostraram quase tão eficazes contra a cepa indiana quanto contra a variante britânica após a segunda dose.

A fórmula da Pfizer, desenvolvida em parceria com a alemã Biontech, apresentou efetividade de 88% contra a doença sintomática causada pela mutação indiana duas semanas após a segunda dose – contra a variante britânica, a efetividade foi de 93% no mesmo estudo.

Já o imunizante da AstraZeneca, desenvolvido com a Universidade de Oxford, se mostrou 60% efetiva contra a variante indiana – ante 66% contra a cepa britânica – também duas semanas após a aplicação da segunda dose da vacina.

Além disso, ambos os imunizantes apontaram efetividade de 33% contra a doença sintomática causada pela variante indiana já três semanas após a primeira dose, em comparação com 50% de efetividade contra a cepa britânica no mesmo período.

O estudo analisou informações coletadas em todas as faixas etárias desde 5 de abril, para cobrir o período em que a variante indiana, denominada B.1.617, começou a surgir no Reino Unido.

A pesquisa apresenta dados de efetividade das vacinas, ou seja, mede o impacto real do imunizante na população. Os dados de eficácia, por outro lado, avaliam a proteção de uma vacina em testes clínicos, e não na vida real.

O artigo ainda não passou por revisão de outros cientistas, nem foi publicado em revista científica.

Mas as descobertas já foram descritas pelo ministro da Saúde do Reino Unido, Matt Hancock, como "revolucionárias", num momento em que a mutação originária da Índia já se tornou dominante em algumas áreas do país europeu, segundo autoridades de saúde locais.

"Estou cada vez mais confiante de que estamos no caminho certo, porque esses dados mostram que a vacina, depois de duas doses, funciona com a mesma eficácia [contra a variante indiana]", afirmou Hancock. "Mais de 20 milhões de pessoas, mais de uma em cada três, já têm proteção significativa contra essa nova variante [no Reino Unido]."

Variante indiana no Reino Unido

O Reino Unido é o país europeu cuja campanha de vacinação contra a covid-19 avança a passos mais largos. Mais de 22 milhões de pessoas foram completamente vacinadas no país, o que representa 33,1% da população, segundo dados do site Our World in Data.

Contudo, a nação tem enfrentado um novo desafio na pandemia com a disseminação da variante indiana, após já ter sido atingida por uma cepa doméstica altamente contagiosa.

Dados de sábado mostraram que os novos casos de covid-19 aumentaram 10,5% no Reino Unido em uma semana, embora ainda seja uma fração dos níveis registrados no início do ano.

Neste domingo, a chefe da agência britânica de segurança sanitária (UKHSA, na sigla em inglês), Jenny Harries, afirmou que a variante detectada pela primeira vez na Índia se tornou a mutação dominante em algumas regiões do Reino Unido.

Em áreas como Bolton e Bedford, os casos da variante indiana já ultrapassam os registros da variante britânica, que tinha sido dominante durante os meses de inverno, disse Harries à emissora britânica BBC.

Embora tenha pedido precaução aos britânicos a fim de evitar a imposição de novos confinamentos, ela disse acreditar na viabilidade do levantamento de todas as restrições impostas pela pandemia até 21 de junho – a data do calendário do governo para o desconfinamento.

O aumento de casos da variante indiana no Reino Unido levou a Alemanha a anunciar, na última sexta-feira, a imposição de uma quarentena de duas semanas a todos os viajantes que chegarem ao país a partir do território britânico.

Embora ainda não esteja totalmente comprovado que a B.1.617 seja mais transmissível ou mortal, há muitos indícios de que ela seja um dos motivos por trás do aumento exponencial de casos de covid-19 na Índia nas últimas semanas.

Variante indiana no Brasil

O estudo britânico também pode ser uma boa notícia para o Brasil, onde os primeiros casos da variante indiana foram detectados na semana passada.

Na última quinta-feira, o governo do Maranhão confirmou seis casos da B.1.617 em tripulantes de um navio que saiu da Malásia e chegou ao litoral do estado em 14 de maio. Um dos infectados foi internado em um hospital em São Luís, e os demais estão isolados na embarcação. Dezenas de pessoas que tiveram contato com os infectados estão sendo monitorados.

Tanto a vacina da Pfizer-Biontech como a da AstraZeneca-Oxford estão sendo usadas na campanha de vacinação do Brasil, embora em menor quantidade que a Coronavac – o imunizante desenvolvido pela chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan responde por 66% das doses aplicadas no país até o momento, segundo dados do Ministério da Saúde.

ek (Reuters, AP, Efe, Lusa, ots)