Unesco elege Regensburg patrimônio da humanidade
13 de julho de 2006A cidade de Regensburg foi eleita pela Unesco, tornando-se o 32º patrimônio cultural da humanidade localizado na Alemanha. A comissão responsável também nomeou os lugares ameaçados de perder o título, entre eles o vale do Rio Elba. A Catedral de Colônia está entre os que saíram da zona de risco.
O prefeito de Regensburg confessou nesta quinta-feira (13/07) que suas previsões quanto à candidatura de sua cidade eram pessimistas, levando em consideração que a Unesco tornou muito rigorosos os critérios para a concessão do título de patrimônio cultural histórico, nos últimos anos. Mas o comitê responsável só precisou de sete minutos para tomar a decisão, em Vilnius, capital da Lituânia, onde está reunido de 8 a 16 de julho.
Para os moradores de Regensburg, o desfecho da batalha de cerca de 20 anos pode ser considerado um "final feliz". A seu favor, contavam números sempre crescentes do turismo. Depois da primeira tentativa, em meados dos anos 80, Regensburg trilhou um caminho longo até sua candidatura ser apresentada oficialmente, há dois anos, em um dossiê de três mil páginas, em inglês e alemão. Desta forma, os especialistas da Unesco puderam saber mais sobre a história das construções, as reformas e os edifícios que foram preservados.
Ao contrário da Torre Eiffel de Paris e do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, Regensburg não recebeu o título especificamente por uma construção ou monumento, mas por todo o seu centro histórico. E a cidade ainda tem mais a oferecer, como a ponte erguida no século 12, ao lado da catedral de São Pedro, que fazia a ligação entre Ulm e Viena, por sobre o Rio Danúbio.
Vale do Elba sob ameaça
No entanto, nem tudo são boas notícias para a Alemanha. Na véspera, a Unesco publicara a Lista do Patrimônio Mundial Ameaçado. Incluído está o Vale do Rio Elba, que poderá perder seu título, conquistado em 2004.
"O Comitê do Patrimônio Mundial decidiu que o projeto de construir uma ponte sobre o rio poderia causar sérios impactos à integridade da paisagem, que pode passar a não fazer mais jus ao título que detém", dizia o pronunciamento oficial.
Caso a ameaça se concretize, o vale de 18 quilômetros de extensão, em Dresden, será o primeiro lugar a deixar de ser patrimônio cultural da humanidade, desde a criação da lista, em 1972, e entre 812 nomes listados. Dentre eles, constam as Pirâmides no Egito e a Muralha da China.
O prefeito de Dresden convocou sessão extraordinária para o dia 20 de julho, a fim de discutir a questão. A construção da ponte poderá ter que ser decidida por votação. Atrasos implicam mais custos: até agora, 15% dos 160 milhões de euros disponíveis para o projeto já foram gastos com planejamento e preparação.
Catedral de Colônia sai da lista negra
Ao contrário do que aconteceu com Dresden, a Catedral de Colônia deixou de fazer parte da "lista negra" da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura. As autoridades municipais decidiram diminuir a escala das construções próximas à catedral, além de se comprometerem a realizar melhorias em seus arredores.
A catedral, cuja construção foi iniciada no ano de 1248 e terminada só em 1880, domina a paisagem de Colônia e recebeu o título concedido pela Unesco em 1996, sendo considerada ameaçada em 2004. A organização cultural argumentara que os quatro prédios em construção do outro lado do Rio Reno acabariam bloqueando a vista e destruindo a paisagem.
Outros três nomes foram retirados da "lista negra": Hampi, na Índia, Djoudj National Bird Sanctuary, no Senegal, e o Ichkeul Park, na Tunísia.