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UE protesta contra sentenças de morte na Líbia

19 de dezembro de 2006

Tribunal líbio condena à morte cinco engermeiras búlgaras e um médico palestino. Governo alemão e União Européia mostram-se indignados com a sentença, que complica a aproximação da Líbia com o Ocidente.

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O médico palestino e as enfermeiras condenadas à morteFoto: picture-alliance / dpa
Urteil gegen Bulgarinnen im libyschen Aids-Prozess am 19. Dezember
O médico palestino e as enfermeiras condenadas à morteFoto: picture-alliance / dpa

A condenação de cinco enfermeiras búlgaras e um médico palestino à morte por um tribunal líbio, nesta terça-feira (19/12), gerou fortes protestos na União Européia. "A UE tem sérias dúvidas quanto ao julgamento", declarou a presidência finlandesa da UE, em nota divulgada em Bruxelas.

O ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, disse estar "perplexo com a notícia" e que aumentará a pressão sobre o governo líbio. Também o Conselho da Europa, em Estrasburgo, integrado por 46 países, manifestou-se indignado e pediu a imediata suspensão da sentença.

"É uma sentença terrível e só posso fazer um pedido ao governo líbio para que lhes dê outra oportunidade", disse a chanceler federal alemã, Angela Merkel, durante uma entrevista coletiva realizada em Helsinque, onde se encontra em visita oficial.

O médico e as cinco enfermeiras foram acusados de ter infectado deliberadamente 456 crianças com o vírus da aids, durante transfusões de sangue numa clínica em Benghazi. Deste total, 50 já teriam morrido.

Os cinco acusados já tinham sido condenados à morte por fuzilamento em 2004, após cinco anos de prisão. Um tribunal de apelação de Trípoli confirmou a sentença. A defesa alegou que as péssimas condições de higiene causaram a tragédia na clínica e informou que os réus pretendem recorrer à Suprema Corte.

Como o caso tem fortes implicações políticas e vêm atrapalhando a aproximação da Líbia com o Ocidente, especialistas acreditam que a execução dos condenados ainda poderá ser impedida. O governo líbio estaria usando a condenação para acalmar as famílias enquanto busca dinheiro para pagar indenizações.

A Líbia exigiu da Bulgária – que ingressa na UE em 1º de janeiro próximo – 10 milhões de euros para cada família das vítimas. Segundo a agência de notícias Reuters, a Bulgária e seus aliados dizem que dar o dinheiro seria admitir a culpa, mas se ofereceram para financiar o tratamento das crianças em hospitais europeus. A UE prometeu recentemente uma ajuda de um milhão de euros à clínica envolvida no caso. (gh)