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UE autoriza transporte de cargas russas para Kaliningrado

14 de julho de 2022

Trens cargueiros russos para seu exclave europeu foram bloqueados pela Lituânia para aplicar sanções do bloco contra Moscou. País europeu diz que manterá restrições até elaborar novas regras.

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Vista de um porto com cerca com arame farpado em primeiro plano
Kaliningrado, que tem um porto do Báltico, foi anexada pela União Soviética da Alemanha após a Segunda GuerraFoto: Vitaly Nevar/TASS/picture alliance

A Comissão Europeia anunciou na quarta-feira (13/07) que as sanções comerciais contra Moscou pela guerra na Ucrânia não se aplicam ao transporte ferroviário entre a Rússia e o seu exclave europeu de Kaliningrado, desde que os volumes não sirvam a propósitos militares e não excedam suas médias nos últimos três anos, refletindo "a demanda real por bens essenciais no destino".

Kaliningrado, que faz fronteira com estados da União Europeia (UE) e depende de ferrovias e estradas através da Lituânia para a maioria das mercadorias que recebe, teve alguns transportes mercantis da Rússia continental cortados a partir de 17 de junho devido às sanções impostas por Bruxelas. As sanções foram concebidas para impedir a entrada no bloco de determinados produtos russos, como vodka e aço.

Apesar do aval da UE, a Lituânia disse que manterá temporariamente as restrições enquanto elabora novas regras para suspender o bloqueio. A decisão foi anunciada nesta quinta-feira pela primeira-ministra do país, Ingrida Simonyte.

O Ministério do Exterior da Lituânia disse que as regras anteriores que impediam muitas cargas sancionadas de chegarem a Kaliningrado eram "mais aceitáveis". "As regras de trânsito para Kaliningrado podem criar uma impressão injustificada de que a comunidade transatlântica está relaxando sua posição e política de sanções em relação à Rússia", afirmou a pasta em nota.

Moscou havia acusado a restrição do trânsito terrestre de mercadorias entre a Rússia continental e Kaliningrado de ser um bloqueio ilegal, enquanto a Lituânia disse não ter outra escolha a não ser fazer cumprir as regras impostas por Bruxelas.

No começo desta semana, a Lituânia expandiu as sanções, incluindo mercadorias como concreto, madeira, álcool e produtos químicos industriais à base de álcool.

"Decisão da Comissão demonstra realismo"

O porta-voz do Ministério do Exterior da Rússia disse, em nota, que a decisão da Comissão Europeia era uma demonstração de "realismo e bom senso". "Embora ainda tenhamos perguntas sobre o conteúdo deste documento", acrescentou.

O governador de Kaliningrado, Anton Alikhanov, escreveu no Telegram que as novas diretrizes são "apenas o primeiro passo necessário" para resolver o impasse. "Continuaremos a trabalhar para a completa remoção de restrições", ressaltou.

Monitoramento

Os membros da UE foram encarregados de monitorar o comércio entre a Rússia e Kaliningrado para verificar se há tentativa de contorno das sanções, certificando-se de que "não há fluxos ou padrões comerciais incomuns".

O trânsito de bens militares e de tecnologias e itens de dupla utilização sancionados continua totalmente proibido.

Kaliningrado, que possui um porto do Báltico e abriga cerca de 1 milhão de pessoas, foi anexada pela União Soviética da Alemanha após a Segunda Guerra Mundial e está ligada ao resto do Rússia apenas através do território da UE, principalmente por ferrovia através de Belarus e pela Lituânia.

Itens que se enquadrem nas categorias humanitárias ou essenciais, como alimentos, sempre estiveram isentos das sanções. O tráfego de passageiros não é proibido, e Kaliningrado ainda pode ser alcançado por ar ou mar.

md/bl (Reuters, DPA, AFP)