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Ucrânia relata 10 mil soldados mortos na guerra

11 de junho de 2022

Segundo autoridades, aproximadamente 100 militares ucranianos morrem por dia desde o começo da invasão. Paralelamente, Mariupol vive surto de cólera, e Rússia começa a distribuir passaportes na região de Zaporíjia.

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Soldado ucraniano em uma trincheira
Nem Rússia nem Ucrânia divulgaram números oficiais de baixas de soldadosFoto: Aris Messinis/AFP/Getty Images

O governo ucraniano informou que cerca de 10 mil soldados do país morreram desde o início da guerra na Ucrânia. O número foi divulgado nesta sexta-feira (10/06) por Oleksiy Arestovych, assessor do presidente Volodimir Zelenski, em um vídeo no YouTube. Paralelamente, Mariupol vive surto de cólera, e Rússia começa a distribuir passaportes na região de Zaporíjia.

Arestovych afirmou que cerca de 100 militares ucranianos morrem por dia desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro. Quando questionado pelo opositor russo Mark Feygin se era possível supor um total de cerca de 10 mil soldados mortos, ele respondeu: "Sim, aproximadamente". 

De acordo com Arestovych, no entanto, mais soldados russos do que ucranianos estão sendo mortos no geral. Segundo ele, na sexta-feira, os ataques da artilharia ucraniana com munição ocidental foram particularmente eficientes, matando cerca de 600 soldados russos.

Anteriormente, o ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksiy Reznikov, também havia mencionado que até 100 soldados ucranianos são mortos todos os dias. 

Mykhailo Podoliak, conselheiro do presidente Zelenski, também disse em entrevista à BBC que as perdas diárias de 100 a 200 soldados ucranianos são resultado de uma "completa falta de paridade" entre a Ucrânia e a Rússia.

Até agora, nem Ucrânia nem Rússia forneceram informações claras e oficiais sobre as baixas na guerra. 

Surto de cólera em Mariupol

O prefeito de Mariupol, Vadym Boychenko, cidade que está sob controle das tropas russas, pediu às Nações Unidas e à Cruz Vermelha Internacional que trabalhem para criar um corredor de fuga para que os moradores restantes possam deixar a cidade. Segundo ele, Mariupol enfrenta um surto de cólera, uma vez que as instalações sanitárias foram destruídas e corpos se decompõe nas ruas.

"Há um surto de disenteria e cólera", disse em entrevista à televisão ucraniana. "A guerra, que já custou a vida de mais de 20 mil pessoas [na cidade], infelizmente vai tirar a vida de outras milhares de pessoas em Mariupol com esses surtos de infecção", acrescentou. 

Um senhor e uma menina buscam água. Eles caminham em frente a escombros.. A meninina segura dois galões  de água vazios.
Infraestrutura de saneamento em Mariupol foi destruídaFoto: Xinhua/picture alliance

Boychenko também acusou as tropas russas de demolirem prédios de apartamentos na cidade sem antes recuperar os corpos dos moradores mortos nos bombardeios. Os corpos estariam sendo levados junto aos escombros, escreveu Boitschenko no Telegram.

Na cidade portuária, símbolo da resistência ucraniana ao ficar sitiada por semanas, 1.300 prédios foram destruídos e acredita-se que de 50 a 100 pessoas tenham morrido em cada um deles. As informações não puderam ser verificadas pela DW de forma independente. 

Rússia distribui passaportes na Ucrânia

Ao mesmo tempo, cresce a preocupação de que a Rússia anexe ilegalmente mais territórios ucranianos. A partir deste sábado, passaportes russos serão distribuídos em partes da região de Zaporíjia controladas por tropas russas. Os destinatários serão considerados cidadãos de pleno direito da Rússia, disse uma autoridade ao canal de TV Rossiya-24. Segundo ele, mais de 70 mil pessoas receberão o documento.

O presidente russo, Vladimir Putin, simplificou em maio o procedimento para obter passaportes. A Rússia também está distribuindo o documento em outros territórios ocupados e está introduzindo o rublo, a moeda russa, como meio de pagamento. As autoridades ucranianas acusam os ocupantes de forçar as pessoas à cidadania russa.

Dois soldados ucranianos usam um canhão
Ucrânia segue apelando para que o Ocidente envie armas pesadas ao paísFoto: REUTERS

Zelenski diz que Rússia quer destruir todas as cidades do Donbass

Enquanto isso, no leste da Ucrânia, os combates continuam sem grandes mudanças no curso da frente. O lado ucraniano fala do sucesso de sua artilharia graças à munição vinda do Ocidente - e apela para aumentar o ritmo de entrega de armas. 

A eficácia das forças armadas ucranianas depende da entrega de armas ocidentais, disse novamente Zelenski em seu discurso em vídeo na noite de sexta-feira. Segundo ele, as forças ucranianas farão de tudo para impedir a ofensiva russa, mas precisam de armas pesadas e artilharia suficientes.

"A Rússia quer destruir todas as cidades no Donbass. E todas não é exagero. Como Volnovakha, como Mariupol", disse Zelenski. "Todas essas ruínas de cidades outrora felizes, as marcas negras dos incêndios, as crateras das explosões: isso é tudo que a Rússia pode dar aos seus vizinhos, à Europa, ao mundo", afirmou o presidente ucraniano.

le (DW, ARD)