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Kiev cede controle da Azovstal, último bastião em Mariupol

17 de maio de 2022

Autoridades ucranianas trabalham para resgatar seus últimos soldados da siderúrgica, após retirada de mais de 260 militares que estavam refugiados na usina, incluindo 53 feridos gravemente.

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Pessoa é levada em maca perto de um ônibus
Dos 264 resgatados, estão 53 feridos gravemente. Todos foram levados a áreas sob controle russoFoto: Alexander Ermochenko/REUTERS

Autoridades da Ucrânia disseram nesta terça-feira (17/05) estarem trabalhando para resgatar os últimos combatentes da siderúrgica Azovstal, último foco da resistência na cidade sitiada de Mariupol, depois que um total de 264 soldados ucranianos foram retirados nesta segunda-feira, sendo levados a áreas sob controle russo, segundo informações de Kiev.

Deles, 53 feridos gravemente foram levados para tratamento em um hospital em Novoazovsk, controlada por separatistas pró-Moscou, enquanto as outras 211 pessoas foram levadas para Olenivka, acrescentou o governo em comunicado.

A Rússia, por sua vez, afirmou que 256 soldados "abaixaram suas armas e se renderem", entre eles 51 gravemente feridos.

Acredita-se que cerca de 600 soldados ainda estejam na Azovstal. O complexo fabril tornou-se um símbolo de resistência, com centenas de combatentes entrincheirados em túneis subterrâneos e bunkers travando uma batalha de resistência para impedir que as tropas russas assumissem o controle total da cidade portuária no sudeste da Ucrânia, sitiada desde o início da guerra.

Na semana passada, um comandante dos soldados abrigados na usina chegou a pedir que o bilionário Elon Musk intercedesse para possibilitar um resgate. Serhiy Volyna, comandante da 36ª Brigada de Fuzileiros Navais, disse que criou uma conta no Twitter com o único propósito de entrar em contato com o dono da SpaceX e da Tesla.

O Ministério da Defesa da Ucrânia disse que um "procedimento de troca" de prisioneiros de guerra deve ocorrer mais tarde. "Quanto aos defensores que ainda permanecem no território de Azovstal, todas as medidas de resgate necessárias estão sendo tomadas pelo nosso Estado", disse a pasta em uma mensagem publicada no Telegram.

"Graças aos defensores de Mariupol, ganhamos um tempo extremamente importante para formar reservas, redistribuir forças e receber ajuda de nossos parceiros", disse a vice-ministra da Defesa da Ucrânia, Hanna Malyar, afirmando que todas as tarefas para defender Mariupol foram concluídas. "O mais importante agora é proteger os defensores de Mariupol."

"Heróis do nosso tempo"

O Exército ucraniano disse em um comunicado publicado no Facebook que a defesa da siderúrgica atrasou a transferência de 20 mil soldados russos para outras partes da Ucrânia e impediu Moscou de capturar rapidamente a cidade de Zaporíjia, no sul do país.

"A guarnição 'Mariupol' cumpriu sua missão de combate", disse o Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia em comunicado, acrescentando que os comandantes do unidades em Azovstal receberam ordens para salvar a vida dos soldados restantes. "Os defensores de Mariupol são os heróis do nosso tempo", acrescentou.

"Esperamos poder salvar a vida de nossos rapazes", disse o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, em seu discurso diário em vídeo. "Há feridos graves entre eles. Eles estão recebendo cuidados. A Ucrânia precisa de heróis ucranianos vivos", ressaltou, informando que as operações de resgate da Azovstal são realizadas em cooperação com a Cruz Vermelha Internacional e as Nações Unidas.

No começo do mês, o governo ucraniano anunciou a conclusão da retirada de todos os civis que estavam refugiados na Azovstal.

md/lf (AFP, EFE, AP, Reuters)