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A 'Fazenda Twitter'

6 de fevereiro de 2010

Durante uma semana, cinco jornalistas confinados numa fazenda se informaram apenas por intermédio do Twitter e do Facebook. A conclusão: as mídias tradicionais são mais rápidas.

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Foto: twitter.com

Os cinco jornalistas confinados na "fazenda Twitter" receberam em questão de segundos várias mensagens sobre os acontecimentos no norte da França. "Ficamos sabendo de uma explosão na cidade de Lille", diz o jornalista canadense Janic Tremblay.

"A rede ficou maluca. Em poucos minutos surgiu no Facebook um grupo com 5 mil membros interessados em saber o que estava acontecendo", prossegue. No final das contas, fora apenas um avião que tinha rompido a barreira de som.

Quem dispunha apenas de Twitter e Facebook para se informar sobre o assunto teve de esperar até duas horas para saber o que havia acontecido. E a notícia veio do site de um jornal "convencional", de onde foi copiada por um usuário do Twitter.

Na opinião de Tremblay, essa foi a experiência mais importante da semana: "Isso comprova uma coisa: as pessoas foram até o Twitter para se informar. Antes, elas teriam ligado o rádio ou a televisão. É uma evolução interessante."

O jornalista francês Benjamin Müller, da France Info, teoriza sobre os motivos que levam as pessoas a se afastar das mídias tradicionais. "Claro que [no Twitter ou no Facebook] não é possível averiguar a veracidade de uma informação com rapidez, mas ao menos temos a impressão de estar trocando sentimentos com outras pessoas, sejam elas da vizinhança ou do outro lado do mundo."

O belga Nicolas Willems chegou a duas conclusões. A primeira: quem precisa de informações e principalmente análises sobre política ou acontecimentos internacionais não deve procurá-las no Twitter ou no Facebook.

"A maioria das informações é sobre os belos e famosos, ou seja, 'soft news', incluindo filmes. Além disso fala-se muito de novas tecnologias."

A segunda conclusão: é muito mais rápido se informar de outras maneiras. "Custa um tempo inacreditável. Demora a se construir uma boa rede de informantes realmente confiáveis na sua área. E se informar apenas por meio dessa rede demora uma eternidade!"

Mas Willems também cita casos em que o Twitter é indispensável: na cobertura dos acontecimentos no Irã, por exemplo. Mas também nesse caso é importante observar as fontes, já que não só os opositores, mas também o serviço secreto e o governo divulgam mensagens no microblog.

Para Willems, as redes sociais continuam sendo, em resumo, um bom complemento às agências de notícias e aos correspondentes.

Autor: Johannes Duchrow (as)
Revisão: Simone Lopes