Trump e Kim iniciam cúpula no Vietnã
27 de fevereiro de 2019O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, deram início nesta quarta-feira (27/02) à sua segunda cúpula em Hanói, no Vietnã, em um clima mais otimista. A reunião tem como foco fazer avançar o diálogo sobre a desnuclearização.
O encontro começou no hotel Sofitel Metropole, no centro da capital vietnamita. Sorridentes e visivelmente relaxados, Trump e Kim deram um aperto de mão de quase dez segundos diante de um fundo de bandeiras americanas e norte-coreanas intercaladas – um cenário quase idêntico ao da primeira reunião, oito meses atrás em Cingapura.
A jornalistas presentes, Trump previu que a nova cúpula será "um sucesso" e negou ter diminuído suas expectativas sobre o processo de desnuclearização da Coreia do Norte, algo que muitos analistas atribuíram ao seu governo nas últimas semanas.
Ele também rebateu as críticas de que a primeira reunião entre os dois países não cumpriu suas alegações de ter sido um avanço que levaria a Coreia do Norte ao desarmamento, nem conseguiu pôr fim à ameaça nuclear que o país asiático representa.
"É uma honra estar com o presidente Kim. Tivemos uma primeira cúpula muito boa. Algumas pessoas gostariam que [seus resultados] fossem mais rápidos, mas eu estou satisfeito. Você [Kim] está satisfeito. Queremos estar felizes com o que estamos fazendo", afirmou o americano.
"Eu achei que a primeira cimeira foi um grande sucesso. E estou esperançoso de que esta será igual ou melhor que a primeira", acrescentou. "Fizemos muitos progressos. Acho que o maior progresso foi nosso relacionamento, que é realmente bom."
O presidente ainda manteve a abordagem que adotou desde Cingapura de fazer elogios a Kim e de prever prosperidades para a Coreia do Norte caso o país concorde em se desarmar.
"Acho que seu país tem um potencial econômico tremendo, inacreditável e ilimitado. Acho que você terá um futuro tremendo com seu país. Um grande líder", disse Trump, dirigindo-se ao norte-coreano. "Estou ansioso para ver isso acontecer e ajudar a acontecer."
Kim, por sua vez, devolveu o elogio, afirmando "acreditar verdadeiramente que o sucesso desta cúpula se deve à decisão corajosa de Trump" de realizar a reunião.
"Desde a última vez que nos encontramos, houve pessoas que entenderam mal algumas situações e algumas hostilidades do passado, mas nós superamos isso. Muita paciência é necessária", afirmou o líder norte-coreano.
Nesta quarta-feira, Trump e Kim se reuniram por cerca de 20 minutos, numa conversa privada que só contou com a presença dos dois líderes e seus intérpretes.
Em seguida, eles partiram para um jantar no mesmo hotel, que durou cerca de uma hora e 45 minutos. Na pequena mesa preparada para eles e seus acompanhantes, os dois líderes se sentaram lado a lado, não frente a frente, como no almoço em Cingapura.
Estiveram no jantar seus respectivos tradutores, além do secretário de Estado americano, Mike Pompeo, o chefe de gabinete interino da Casa Branca, Mick Mulvaney, o ministro norte-coreano do Exterior, Ri Yong-ho, e o principal responsável pela inteligência de Pyongyang, Kim Yong-chol.
Trump e Kim voltam a se reunir a sós nesta quinta-feira, num encontro previsto para durar 45 minutos. Depois, o americano concederá uma entrevista coletiva, informou a Casa Branca.
Os dois líderes participarão ainda de um "encontro bilateral ampliado" junto com suas equipes, seguido por um almoço de trabalho. O governo americano também informou que Trump e Kim assinarão, ao fim da cúpula, um acordo conjunto, sobre o qual não deu detalhes.
A declaração pode servir para impulsionar o processo de desmantelamento do programa nuclear norte-coreano. A promessa foi anunciada ao fim do encontro em Cingapura, mas quase não avançou devido à falta de um roteiro.
Acredita-se que a Coreia do Norte possa oferecer um desarmamento parcial, com foco em seu complexo nuclear de Yongbyon, onde produz combustível para bombas atômicas. Kim já se ofereceu para fechá-lo "permanentemente" em troca de "medidas correspondentes" da Casa Branca.
Essas medidas podem envolver um relaxamento de sanções americanas que permita reativar projetos de cooperação econômica entre as duas Coreias e uma declaração política para encerrar oficialmente a Guerra da Coreia (1950-53), que foi paralisada por um armistício e não teve um tratado de paz.
EK/ap/dpa/efe/ots
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