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Trump e filhos aceitam depor em inquérito sobre fraude

9 de junho de 2022

Ex-presidente e os filhos Ivanka e Donald Jr. terão de explicar suspeitas de irregularidades nas empresas da família. Esta é uma das batalhas legais travadas pelo republicano, que vem sofrendo uma série de reveses.

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Donald Trump e seus filhos Eric (esq.), Ivanka e Donald Trump Jr.
Donald Trump e seus filhos Eric (esq.), Ivanka e Donald Trump Jr. Família responderá por fraude em suas empresasFoto: Timothy A. Clary/AFP/Getty Images/TNS/abaca/picture alliance

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump e dois de seus filhos, Ivanka e Donald Jr., concordaram em prestar depoimento em um inquérito que investiga suspeitas de fraudes nas empresas da família.

Segundo documentos de um tribunal de Nova York revelados nesta quarta-feira (08/06) os depoimentos poderão ser colhidos a partir do dia 15 de julho. A promotora pública do estado, Letitia James, e sua equipe de investigadores terão uma semana para concluir os questionamentos.

O acordo veio depois de uma série de reveses para Trump, que durante três anos tentou impedir as investigações da promotora nova-iorquina.

Trump, Ivanka e Donald Jr. têm até o dia 13 de junho para apelar contra os depoimentos na instância jurídica mais alta do estado de Nova York.

Os três vêm travando uma batalha jurídica para que não tenham que fornecer provas incriminatórias sob juramento no tribunal. Eles argumentam que o inquérito em torno de acusações de sonegação fiscal teria motivação política.

O outro filho de Trump, Eric, prestou depoimento em 2020, mas se recusou a responder várias perguntas.

Um juiz de Nova York anulou em fevereiro um recurso da família Trump para que os três não fossem obrigados a depor, e rejeitou uma moção para anular as intimações protocoladas pela promotora.

Sonegação e fraude

Um tribunal de apelação de Nova York decidiu em 26 de maio que Trump deveria depor, mantendo a decisão em primeira instância que estabelecia o direito da promotora de interrogá-lo. No dia seguinte, um juiz federal rejeitou uma ação do ex-presidente republicano que tentava impedir que James o investigasse.

Na ação, a promotora, que é membro do Partido Democrata, era acusada de agir por motivação política e de violar a liberdade de expressão de Trump.

James suspeita que as Organizações Trump tenham sobrestimado de maneira fraudulenta o valor de imóveis da família para pedir empréstimos bancários, ao mesmo tempo em que subavaliaram os valores dessas mesmas propriedades às autoridades tributárias com o objetivo de pagar menos impostos.

A família Trump nega que tenha cometido qualquer irregularidade. No mês passado, o ex-presidente pagou uma multa de 110 mil dólares (pouco menos de 540 mil reais) por se recusar a fornecer documentos contábeis e tributários, como parte das investigações.

Caso James encontre alguma prova de fraude, ela poderá processar as Organizações Trump por danos, mas não poderá abrir processo criminal contra nenhum dos envolvidos.

Candidatura em cheque 

Esta é somente uma das batalhas legais nas quais o ex-presidente está envolvido, com potencial para dificultar uma possível tentativa de voltar à Casa Branca em 2024.

As Organizações Trump também estão sendo investigadas pela promotoria distrital de Manhattan por possíveis crimes financeiros e fraudes de seguros.

Em julho, Allen Weisselberg, que atuou por muitos anos como diretor de finanças das Organizações Trump, se declarou inocente de 15 acusações de fraude criminosa e sonegação de impostos. Seu julgamento terá início no próximo ano.

Ao mesmo tempo, o Congresso americano fecha cada vez mais o cerco em torno do círculo de Trump, nas investigações sobre a insurreição de 6 de janeiro de 2020, quando seus apoiadores invadiram e depredaram o Capitólio em Washington.

Trump, de 75 anos, ainda não confirmou se pretende de fato se candidatar à presidência dos EUA nas próximas eleições.

rc (AP, AFP)