Trump ataca política de refugiados de Merkel
2 de março de 2016Após obter a vitória em sete estados na Superterça das prévias americanas e abrir grande vantagem para garantir a candidatura republicana à Casa Branca, o magnata Donald Trump voltou a atacar a política europeia de refugiados.
"Olhem para a Alemanha e Suécia, olhem para esses lugares. É um desastre", disse Trump, na madrugada desta quarta-feira (02/03).
Segundo ele, por causa de tantos refugiados de países muçulmanos a Alemanha estaria ameaçada de sofrer com o "terrorismo radical islâmico".
"Não deixaremos entrar em nosso país pessoas que não sabemos quem são", reiterou Trump em seu discurso de vitória. "Eles são jovens e fortes – porque eles não retornam e lutam por seus países?"
Durante sua campanha eleitoral, Trump defendeu repetidamente a proibição da entrada de muçulmanos nos EUA, algo que provocou indignação.
Quando a chanceler federal alemã, Angela Merkel, foi eleita a personalidade do ano pela revista americana Time, Trump previu que a Alemanha seria um "desastre completo" devido aos refugiados. Segundo ele, a chanceler alemã causou "enormes danos" ao seu país.
Sem mencionar o pré-candidato republicano, o ministro do Exterior da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, advertiu para uma "política do medo" na campanha eleitoral dos EUA, durante visita a Washington, na terça-feira.
"Construir muros é uma ideia muito ruim, não importa quem pagar pela construção", disse, referindo-se ao plano de Trump de inviabilizar a imigração ilegal ao longo da fronteira entre EUA e México e fazer o país vizinho pagar pela construção do muro.
No caso de Trump ser eleito presidente dos EUA, o coordenador do governo federal alemão para a cooperação transatlântica, Jürgen Hardt, prevê que "Europa e Alemanha enfrentarão um grande desafio".
Em entrevista à DW, Hardt afirmou que o magnata não poderá agir simplesmente de maneira unilateral, sem consideração perante outros países.
"No século 21 isso já não é mais possível", disse. Para ele, não há alternativa, senão uma cooperação estreita entre EUA, Alemanha e a Europa como um todo perante as crises internacionais na Ucrânia e no Oriente Médio.
Para as próximas primárias, Hardt espera que Trump "se afaste mais de sua retórica radical e se preocupe com o núcleo da sociedade civil".
PV/afp/dw