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Trump acusa ex-chefe do FBI de mentir em depoimento

10 de junho de 2017

Presidente nega ter exigido lealdade de James Comey e pressionado para encerrar investigação envolvendo ex-assessor de Segurança Nacional e ingerência russa. Para se defender, diz estar disposto a depor sob juramento.

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Trump falou à imprensa nesta sexta-feira, após reunião com o presidente romeno Klaus Iohannis
Trump falou à imprensa nesta sexta-feira, após reunião com o presidente romeno Klaus Iohannis em WashingtonFoto: Reuters/J. Ernst

O presidente americano, Donald Trump, acusou nesta sexta-feira (09/06) o ex-diretor do FBI James Comey de ter mentido sob juramento durante o depoimento que deu à Comissão de Inteligência do Senado dos Estados Unidos no dia anterior.

"James Comey confirmou muito do que eu disse, mas algumas coisas que ele disse simplesmente não eram verdadeiras", declarou o republicano, durante coletiva de imprensa nos jardins da Casa Branca ao lado do presidente da Romênia, Klaus Iohannis, que esteve em Washington.

Entre as acusações, Trump negou que tenha exigido lealdade do então chefe do FBI durante um jantar dias após sua posse. "Eu mal conheço o homem. Não vou dizer 'quero que você jure lealdade'. Quem faria isso? Quem pediria a um homem para jurar lealdade? Pense bem. Isso não faz sentido."

O presidente ainda comentou a acusação de que teria pressionado para encerrar a investigação sobre supostas conexões entre a Rússia e o ex-assessor de Segurança Nacional americano Michael Flynn.

"Eu não disse isso", afirmou Trump, quando um repórter perguntou se ele teria pedido a Comey para abandonar o inquérito. "E não haveria nada de errado se eu tivesse dito isso, de acordo com tudo que eu li hoje, mas eu não disse."

Questionado se estaria disposto a depor sob juramento ao conselheiro especial Robert Mueller – nomeado para comandar as investigações relacionadas a Moscou – sobre os encontros com Comey, Trump respondeu: "Cem por cento. Eu ficaria feliz em dizer a ele exatamente o que acabei de falar".   

Comey foi demitido em maio, e o afastamento repentino levantou questões sobre os motivos de Trump. Sob o comando do diretor, o FBI iniciou uma investigação sobre a possível ingerência russa nas eleições de 2016, bem como eventuais ligações entre Moscou e a campanha do republicano.

Em depoimento ao Senado na quinta-feira, Comey acusou o governo de ter mentido sobre os motivos de sua demissão. "Segundo minha avaliação, fui demitido por causa da investigação sobre a Rússia. Foi, de certa forma, para mudar a forma como a investigação estava sendo conduzida", disse.

O ex-chefe do FBI confessou ter registrado por escrito o conteúdo das conversas que manteve com Trump e, em documento de sete páginas que enviou ao Senado, ele revela detalhes dessas reuniões.

"Estava honestamente preocupado com o fato de que ele pudesse mentir sobre a natureza de nossos encontros", justificou Comey na quinta-feira. "Sabia que poderia chegar o dia em que eu precisaria de um registro do que ocorreu não só para me defender, mas também para defender o FBI."

Nesta sexta-feira, a equipe de advogados de Trump prometeu entrar com uma reclamação formal no Departamento de Justiça por Comey ter vazado para a imprensa as notas sobre as conversas na Casa Branca.

EK/afp/ap/efe/lusa/rtr