Trudeau diz que não vai dar lições a Trump sobre refugiados
14 de fevereiro de 2017O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, afirmou nesta segunda-feira (13/02) que não vai dar "lições" ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas que o Canadá manterá seu espírito de "abertura para os refugiados".
Em entrevista coletiva junto com Trump depois de encontro na Casa Branca, o primeiro-ministro canadense destacou que o país recebeu mais de 40 mil refugiados da Síria e que a acolhida não comprometeu a segurança nacional.
Já Trump declarou que não vai "deixar que entrem as pessoas erradas" nos EUA ao defender o veto migratório que impedia a entrada de refugiados por um período de 120 dias no pais. No caso de sírios, o período era indeterminado. A ordem executiva do presidente, que também impedia a entrada de cidadãos de sete países de maioria muçulmana, foi suspensa pela Justiça.
Trump defendeu que o veto pode ser "duro, mas é de bom senso". Ele também elogiou a postura das autoridades migratórias que já detiveram mais de 600 imigrantes com antecedentes penais considerados suspeitos de "ameaçar a segurança pública" dos EUA. O objetivo é "capturar os criminosos, os criminosos maus, com histórico de abusos e problemas, e expulsá-los", afirmou.
Relações comerciais
Trump também destacou que o comércio com o Canadá é "espetacular" e que fará apenas "retoques" nas relações bilaterais, ao se referir ao seu objetivo de renegociar o Tratado de Livre-Comércio da América do Norte (Nafta), assinado pelos dois países e o México.
"Temos uma relação de comércio espetacular com o Canadá. Vamos retocá-la, faremos certas coisas que vão beneficiar nossos dois países. É uma situação muito menos grave do que a da fronteira sul, onde a transação (comercial) foi extremamente injusta", disse em referência ao México.
"Vamos trabalhar com o México, vamos fazer com que seja um tratamento justo para ambas as partes. Acredito que vamos nos dar muito bem com o México", acrescentou Trump.
Trump disse que o tratado prejudicou os EUA e beneficiou o México significativamente. Já Trudeau defendeu o acordo e disse que uma possível renegociação preocupa os canadenses. "Milhões de bons empregos de classe média em ambos os lados da fronteira dependem desta relação", ressaltou.
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