Três assaltos a carro-forte em uma semana
3 de março de 2002Um italiano de 23 anos foi detido num posto fronteiriço em Chiasso (Suíça), com um milhão de euros do assalto a um transporte de valores na Alemanha, na segunda-feira passada (25). Residente em Frankfurt, ele tentava entrar na Itália levando duas malas com as cédulas. Nesse que foi o maior assalto da Alemanha, os ladrões levaram 8,6 milhões de euros.
O detido declarou à polícia italiana que foi encarregado de levar as malas para Nápoles, tendo recebido a ordem de Angelo Della Pietra, um italiano de 25 anos, tido como um dos três assaltantes. A polícia alemã vai enviar investigadores à Itália para coordenar melhor a ação com seus colegas italianos. O principal suspeito é o motorista do carro-forte, o francês de origem marroquina, Faouzi Boudou (23). Os assaltantes portavam uma bazuca e metralhadoras.
Onda de assaltos
- Uma vez divulgada a notícia, foi como se o exemplo fizesse escola. No mesmo dia 25, a polícia conseguiu evitar que mais um carro-forte fosse assaltado, desta vez em Dietzenbach, perto de Frankfurt. Na noite de sexta-feira (01) ocorreram dois assaltos, em Weierbach, perto de Idar-Oberstein, cidade conhecida por seu comércio de pedras preciosas, e em Villingen-Schnenningen (Baden-Württemberg), sul do país.No primeiro, assaltantes mascarados interceptaram o transporte em pleno centro comercial. Eles também estavam armados de bazuca e metralhadoras, chegaram a disparar contra o carro, mas não feriram ninguém. A polícia não quis mencionar o montante do roubo, para não atrapalhar as investigações, indicando apenas tratar-se de uma "importância de seis dígitos".
Nova dimensão da violência
- As investigações policiais revelam que geralmente há funcionários das transportadoras de valores envolvidos no roubo. Dos 14 assaltos a carros-forte registrados na Alemanha em 2001, funcionários participaram da gangue em seis casos. Em outros dois, o roubo foi simulado. "Há poucas exigências e averiguações quando se trata de contratar alguém no setor de transporte de valores", diz Eike Bleibtreu, presidente da Liga Alemã de Investigadores."Os funcionários ganham salários baixos e não são adequados para lidar com milhões de euros", acrescenta. Melhores condições de segurança nos transportes exigiu, por sua vez, o presidente do Sindicato dos Policiais, Konrad Freiberg, que referiu-se a uma "nova dimensão da violência".