Solana encontrará príncipe saudita para discutir plano de paz
26 de fevereiro de 2002Solana irá a Jidá para ouvir as idéias de Abdullah, afirmou na terça-feria (26) uma porta-voz da UE em Jerusalém. Ele será o primeiro líder político a encontrar com o príncipe saudita e, por este motivo, abreviará sua visita a Israel e aos territórios ocupados.
A proposta de paz apresentada pelo príncipe Abdullah, através do jornal americano New York Times, no dia 17 de fevereiro, teve receptividade tanto por parte de palestinos quanto de israelenses. Os ministros do Exterior e da Defesa de Israel, Shimon Peres e Binjamin Ben-Elieser, expressaram-se também positivamente. A pedido de Solana, o presidente palestino Yasser Arafat consentiu retomar as negociações sobre segurança com Israel.
Reconhecimento de Israel
Abdullah exortou os países árabes a reconhecer o direito de existência de Israel, se este país se retirar dos territórios ocupados a partir de 1967. Este novo componente da proposta saudita, envolvendo todos os países árabes, é que ressoou positivamente em Israel, conforme revelou Ben-Eliser após um encontro com Solana. Além da Cisjordânia, da parte leste de Jerusalém e da Faixa de Gaza, Israel ocupa ainda as Colinas de Golã, território pertencente à Síria. Dos países árabes, apenas o Egito e a Jordânia assinaram acordos de paz com Israel.
Embora tenha saudado a iniciativa de Abdullah, Shimon Peres deixou claro que Israel não pretende recuar às fronteiras anteriores a 1967. Peres encontrou-se hoje em Paris com o presidente francês Jacques Chirac.
As propostas de Abdullah baseiam-se nas resoluções do Conselho de Segurança da ONU e nas reivindicações dos paíse árbes desde o início das conversações de paz, na conferência de 1991, em Madri. O secretário de Estado americano Colin Powell afirmou que se trata de um passo importante e expressou a expectativa de que as propostas se concretizem nas próximas semanas.
Yasser Arafat aceitou retomar as negociações sobre segurança com Israel, que haviam sido suspensas no domingo, depois que o governo israelense liberalizou a prisão domiciliar do presidente palestino, sem contudo suspendê-la. Mas não foi acertada nenhuma data para um novo encontro.