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Sobrinho de Bolsonaro é alvo de ação da PF contra golpistas

27 de janeiro de 2023

Léo Índio teve endereços vasculhados em investigação sobre ataques em Brasília. Foram executados 11 mandados de prisão e 27 de busca e apreensão. Ao menos seis foram presos.

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Leo Indio em cima do Congresso Nacional
Léo Índio mudou-se para Brasília após a eleição de Bolsonaro e exerceu cargos no SenadoFoto: LEONARDO BOLSONARO VIA REUTERS

A Polícia Federal (PF) cumpriu nesta sexta-feira (27/01) mandados de busca e apreensão em endereços de Léo Índio, sobrinho do ex-presidente Jair Bolsonaro, no âmbito de investigação sobre os atos golpistas em Brasília no dia 8 de janeiro.

Os mandado foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e cumpridos em locais vinculados a Léo Índio em Brasília e no Rio de Janeiro, segundo a TV Globo.

Trata-se da terceira fase da operação Lesa Pátria, que busca identificar e responsabilizar bolsonaristas radicais que participaram, financiaram ou fomentaram a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília.

A PF executou nesta sexta-feira, no total, 11 mandados de prisão preventiva e 27 mandados de busca e apreensão, também nos estados de Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Espírito Santo. Pelo menos seis pessoas foram presas.

Eles são investigados pelos crimes de abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido, segundo a PF.

Quem é Léo Índio

Léo Índio, cujo nome é Leonardo Rodrigues de Jesus, apareceu em fotos e vídeos ao lado de extremistas durante os atos golpistas de 8 de janeiro.

Ele é filho de uma irmã de Rogéria Nantes, ex-mulher de Bolsonaro e mãe de Eduardo, Flávio e Carlos Bolsonaro. Léo Índio não tem diploma de ensino superior e, antes de seu envolvimento na política, trabalhava como vendedor.

Léo Índio exerceu a função de assessor do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), na época em que ele era deputado estadual do Rio – por esse motivo, foi incluído na investigação do Ministério Público do Rio sobre o caso das rachadinhas. Segundo o portal UOL, uma ex-chefe de gabinete de Flávio chegou a pagar despesas de aluguel de uma quitinete no centro do Rio onde Léo Índio morava em 2007.

Com a eleição de Jair Bolsonaro, Léo Índio mudou-se para Brasília e trabalhou no gabinete do senador Chico Rodrigues (União Brasil-RR), até o parlamentar ser flagrado com R$ 30 mil na cueca. Em seguida, foi nomeado para um cargo na liderança do PL no Senado e acabou exonerado em julho de 2022.

No início do governo Bolsonaro, Carlos Bolsonaro tentou indicar Léo Índio para um cargo de confiança na Secretaria de Governo da Presidência da República, mas foi barrado pelo então ministro da pasta, general Alberto Santos Cruz, por falta de qualificação, segundo o portal UOL.

Na eleição de 2022, ele se lançou a deputado distrital pelo PP, usando o alcunha de Léo Bolsonaro, mas não se elegeu.

Em uma foto compartilhada no seu Instagram em 8 de janeiro, Léo Índio aparece de olhos vermelhos, no teto do Congresso Nacional, com a legenda: "Focarão no vandalismo certamente. Mas sabemos a verdade. Olhos vermelhos = gás lacrimogêneo".

bl/md (ots)