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Senado do Chile rejeita impeachment de Piñera

17 de novembro de 2021

Oposição não consegue reunir dois terços dos votos necessários para afastar presidente do cargo, a apenas cinco dias da eleição presidencial.

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Sebastián Piñera
Esta foi a segunda tentativa de destituir Piñera, que assumiu em março de 2018Foto: Esteban Felix/AP/dpa/picture alliance

O Senado do Chile rejeitou nesta terça-feira (16/11) a chamada "acusação constitucional", como é conhecido no Chile  o pedido de impeachment que visava a cassação do mandato do presidente Sebastián Piñera, acusado de corrupção.

O bloco de oposição ao governo não conseguiu reunir os dois terços de votos necessários (29 de um total de 43) para aprovar o impeachment, que tinha sido encaminhado ao Senado na semana passada pela Câmara dos Deputados, que aceitara a abertura do julgamento político.

No âmbito da série de reportagens Pandora Papers foi revelado em outubro que a família do presidente chileno vendeu suas ações no megaprojeto de mineração Dominga numa transação num paraíso fiscal em 2010, poucos meses depois de Piñera iniciar seu primeiro mandato.

Boletim de Notícias (17/11/21)

A venda estava condicionada a uma cláusula secreta: a não criação de uma área de proteção ambiental na região de atuação da mineradora, o que de fato ocorreu, por determinação de Piñera.

Oposição só tem 24 senadores

Os deputados encarregados de levar o caso ao Senado apresentaram duas acusações e argumentaram que houve conflito de interesses e comportamento antiético que prejudicou o país, a democracia e suas instituições.

A defesa, que foi liderada pelo advogado de Piñera, Jorge Gálvez, argumentou que havia vários "investidores passivos" no projeto Dominga, incluindo a família do presidente, e que "eles não eram os proprietários" e "não venderam nada".

No Senado, a primeira acusação, relativa à violação do princípio de probidade, recebeu 24 votos a favor, 18 contra e uma abstenção; e a segunda, relativa à honra da nação, recebeu 22 a favor, 20 contra e uma abstenção.

Para que o impeachment fosse aprovado, um cenário em que Piñera seria destituído do cargo e ficaria incapaz de desempenhar qualquer função pública por cinco anos, pelo menos uma das duas acusações precisava de 29 votos a favor, mas a oposição controla apenas 24 assentos.

A rejeição do impeachment ocorreu apenas cinco dias antes de o país realizar eleições presidenciais para definir o sucessor de Piñera, que, após o resultado do julgamento no Senado, poderá permanecer no cargo até o fim do mandato, em março de 2022.

Esta foi a segunda tentativa de destituir Piñera, que assumiu em março de 2018. Ele havia sido presidente também entre 2010 e 2014.

as/rk (Efe, AFP, ots)