Seleções começam o "ensaio" para a Copa
13 de junho de 2005Ao mesmo tempo em que o Comitê Organizador (CO) da Copa do Mundo prevê a Copa das Confederações como o "teste de fogo" para o maior evento esportivo do planeta, as oito seleções que disputam o torneio na Alemanha encaram a competição como um grande ensaio.
Argentina, Austrália e Tunísia, que dividem o grupo A com a Alemanha, e Brasil, México, Japão e Grécia, que estão no B, chegaram ao país no último final de semana e já deram início aos treinamentos. A abertura da "Minicopa" é na quarta-feira (15/06), em Colônia, com o duelo entre argentinos e tunisianos.
"Estamos em dia com todos os nossos projetos, e isso será mantido até o final", disse o presidente do CO, Franz Beckenbauer, que vê a Copa das Confederações como a chance de a Alemanha testar, principalmente, os sistemas de segurança de cinco dos 12 estádios que receberão jogos na próxima Copa.
Eles foram quase totalmente remodelados para o Mundial, e as melhorias serão checadas por delegações, torcedores e membros do CO a partir deste mês. O RheinEnergie Stadion, em Colônia, passou por poucas mudanças, mas o estádio de Hannover, foi aubmetido a uma reforma de 63 milhões de euros e teve sua capacidade aumentada para 45 mil espectadores.
O Frankenstadion, em Nurembergue, também foi reformado, mas duas arenas representam a coqueluche desta Copa das Confederações – o Zentralstadion, em Leipzig, construído para a Copa na única cidade do leste que será sede da competição, e o novo Waldstadion, em Frankfurt, erguido no lugar do antigo que existia há 80 anos.
Treinos
A seleção brasileira deu início à sua preparação em solo germânico no domingo (12/06) com um treinamento leve em Leverkusen – a Bayarena irá 'hospedar' o time canarinho –, e as atividades tiveram seqüência nesta segunda-feira em dois períodos, quando o atacante Adriano se juntou ao grupo.
O lateral-direito Belletti, do Barcelona, foi cortado do grupo por conta de uma lesão no tendão de Aquiles do pé direito. Ele foi submetido a um tratamento intensivo, mas não suportou as dores e acabou abrindo espaço para Cicinho assumir a vaga. Um substituto deve ser convocado.
Em entrevista coletiva, o treinador Carlos Alberto Parreira anunciou que a meta do Brasil neste mês é chegar à final da Copa das Confederações e, além disso, aproveitar ao máximo a primeira experiência da equipe no país que será sede do Mundial daqui a um ano.
"Sempre que uma seleção brasileira entra em uma competição, tem que chegar à final. Será uma oportunidade única, porque, além de jogar bastante, poderemos aprender sobre o clima. A Copa será disputada na mesma época do ano, com temperaturas entre 12 e 14 graus. Será um aprendizado", afirmou.
Sem favoritismo
Se o Brasil projeta a final, a Argentina, grande rival, fala na ausência de favoritos no torneio que reúne os campeões continentais e mundial. "É um torneio em que não há favoritismo. Uma oportunidade para todas as equipes tirarem conclusões, mas eu, os jogadores e os torcedores, todos, sabem que a Argentina irá dar o máximo para vencer", avisou o treinador Jose Pekerman.
Os portenhos também deram início aos treinamentos na Alemanha, e eles estão hospedados na pequena cidade de Hennef, próxima à região do rio Reno.
Destemidos
A Alemanha puxa a fila das outras seis equipes que estão na Copa das Confederações, um chamado "grupo de coragem" que aponta Brasil e Argentina como grandes favoritos. "São os dois maiores times do futebol mundial, mas nós podemos vencê-los. Queremos vencer este torneio, e isso seria um grande passo para o Mundial", disse o técnico alemão Jürgen Klinsmann.
O elenco alemão está reunido há mais de quinze dias, período em que enfrentou a Irlanda do Norte (4 a 1) e a Rússia (2 a 2) em amistosos. "Estamos ganhando respeito, depois do pesadelo na Eurocopa 2004. Eu sabia que levaria tempo, mas nós chegaremos lá", continuou o técnico, cujo maior objetivo é restaurar a honra do futebol de seu país, tricampeão mundial.
A Grécia, que intensifica suas atividades físicas e técnicas para a partida de quinta-feira contra o Brasil, demonstra o mesmo otimismo. "Não jogamos contra eles todos os dias. Estamos muito satisfeitos em enfrentá-los, e já mostramos que tudo é possível. Não há medo, estamos prontos", avisou o treinador Otto Rehhagel.
Campeão asiático sob comando de Zico, o Japão treina na Alemanha sonhando em provar competência a nível mundial. "Somos os melhores da Ásia, mas ainda temos muito a fazer em relação aos melhores times. A Copa das Confederações será ótima neste sentido", argumentou.
O ex-jogador brasileiro perdeu dois de seus principais craques por conta de lesões. Shinji Ono, do holandês Feyenoord, e Naohiro Takahara, do alemão Hamburgo, deixaram a responsabilidade nos pés de Nakata, da italiana Fiorentina.
Tunísia, México e Austrália estão no mesmo barco. "Não estamos aqui para fazer número. Vamos criar problemas para os grandes times", prometeu Roger Lemerre, que levou os tunisianos ao título africano.
"A competição vai nos dar uma idéia de como estamos em relação aos outros países e o que encontraremos em 2006", espera o treinador argentino Ricardo Lavolpe, que dirige os mexicanos. "É sempre bom enfrentar times grandes como estes, principalmente para nós, que dificilmente temos estas oportunidades", argumentou o australiano Frank Farina.