Schröder e Berlusconi defendem integração européia
8 de março de 2002O aquecimento da conjuntura européia deverá ser o principal objetivo do encontro de cúpula da União Européia, a ser realizado em Barcelona. Isto é o que afirmou o chanceler federal alemão Gerhard Schröder, após o encontro de cúpula com o primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi, nesta sexta-feira em Trieste.
A integração dos mercados financeiros e a privatização do setor energético são dois passos essenciais para se relançar a economia européia. Após três horas de conversações, Schröder e Berlusconi trataram de afastar a má impressão causada pelos recentes atritos. As críticas do ministro italiano Umberto Rossi não representam a posição do governo italiano, foi o que teria assegurado Berlusconi ao chanceler alemão.
Umberto Bossi, presidente do partido neofascista Liga Norte, afirmou que a Comissão Européia pretende criar um "super-Estado" europeu e que isto seria uma "novo fascismo", comparável ao estalinismo da ex-União Soviética. No início do ano, o ministro italiano do Exterior, Renato Ruggiero, de tendência pró-européia, pediu demissão após receber críticas dos eurocéticos.
A resistência da Itália contra a proposta de se implantar um mandato de prisão europeu para combater a corrupção e a lavagem de dinheiro suscitou também a desconfiança em relação a Berlusconi. Várias empresas de propriedade do primeiro-ministro italiano estão implicadas em processos de enriquecimento ilícito.
Cossiga
– Poucas horas antes do encontro de Triestre, o ex-presidente italiano Francesco Cossiga qualificou Schröder de "representante do imperialismo germânico" e "inimigo do governo italiano". Schröder estaria interessado em derrubar o governo italiano, na opinião de Cossiga, 73 anos, que foi duas vezes primeiro-ministro além de presidente italiano entre 1985 e 1992.Ampliação da UE
– Schröder e Berlusconi reafirmaram a necessidade de se agilizar o processo de ampliação da UE para o Leste da Europa. Eles apóiam também uma reforma das Nações Unidas a fim de conceder à União Européia o status de membro permanente no Conselho de Segurança da ONU.