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Rússia intensifica ataques em Kherson

28 de dezembro de 2022

Após retirada de tropas russas, cidade estratégica está sob controle de Kiev. Ucrânia acusa Moscou de bombardear alvos civis na região.

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Rua destruída em Kherson após bombardeio russo
Bombardeios russos se concentraram em alvos civis em Kherson, segundo UcrâniaFoto: Igor Burdyga/DW

A Rússia intensificou os ataques em Kherson, no sul da Ucrânia. O Estado-Maior ucraniano afirmou nesta quarta-feira (28/12) que, apenas nas últimas 24 horas, mais de 30 mísseis caíram sobre alvos civis na cidade.

As tropas russas se retiraram de Kherson no mês passado – numa das maiores vitórias para Kiev desde o início da guerra, em fevereiro. Localizada na foz do rio Dnipro e servindo como porta de entrada para a península da Crimeia, Kherson é estrategicamente importante.

A alegria dos moradores da cidade com a retirada russa foi breve. Moscou tem promovido uma série de bombardeios na região. No sábado, um ataque russo deixou dez mortos e 58 feridos.

Segundo autoridades locais, o bombardeio desta quarta em Kherson se concentrou em alvos civis. Moscou, porém, nega estar atacando civis na Ucrânia.

Intensos combates também foram registrados nesta quarta em Bakhmut – cidade ainda controlada pelos ucranianos – na região de Donetsk –, e ao norte, ao redor de Svatove e Kremina, na província de Lugansk, onde as forças ucranianas tentam romper a defensiva russa.

Além de Bakhmut, as ações militares russas continuam em Avdliv, no leste do país, onde o exército inimigo tem concentrado grande número de tropas, veículos blindados e armamento pesado.

Um novo ataque com mísseis também foi relatado em Kharkiv no início desta quarta-feira, enquanto as autoridades regionais pedem que a população permaneça em locais seguros ou vá para abrigos. Sirenes de alerta de bombardeiros ecoaram pela manhã em todo o país.

Plano de paz

A guerra entra em seu 11º mês e não há nenhuma perspectiva de um fim próximo. O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, propôs um plano de paz com dez pontos, que prevê que a Rússia respeite a integridade territorial da Ucrânia e retire suas tropas.

O Kremlin, porém, rejeitou nesta quarta-feira a proposta e exige que a Ucrânia aceite a anexação de parte de seus territórios promovida por Moscou, após a realização de pseudorreferendos em Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporíjia.

"Não pode haver plano de paz para a Ucrânia que não leve em conta a realidade atual do território russo, com a anexação de quatro regiões", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

Reconstrução do país

Apesar dos persistentes ataques a infraestruturas críticas, o presidente ucraniano lançou uma mensagem de esperança à população quanto às perspectivas econômicas do país. 

Após falar com o diretor do fundo de investimentos BlackRock, o maior em gestão de ativos, Zelenski garantiu que empresas do mundo todo acreditam na vitória da Ucrânia e estão dispostas a investir na reconstrução do país.

"Recebi mais uma confirmação de que as empresas do mundo desenvolvido acreditam em nossa vitória e estão prontas para investir em nossa reconstrução", declarou o governante ucraniano.

Segundo dados do governo, mais de 700 objetos de infraestrutura crítica foram destruídos na Ucrânia desde o início da guerra, entre eles gasodutos, pontes e estações de geração de energia. Desde outubro, Moscou concentrou os ataques em estações elétricas, causando apagões e cortes no abastecimento de água em todo o país.

cn/lf (Reuters, Efe, dpa)