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Rússia ataca Sloviansk e tenta controlar todo o Donbass

5 de julho de 2022

Prefeito pede que civis evacuem a cidade do leste da Ucrânia, novo alvo das tropas russas, o mais rapidamente possível. Ataque deixam pelo menos dois mortos e sete feridos.

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Um homem de camisa aberta e com semblante de sofrimento está em pé no que antes era uma casa
Morador de 71 anos de Soviansk observa a casa de seus parentes destruída em ataque russoFoto: Michal Burza/ZUMA Press Wire/dpa/picture alliance

As autoridades de Sloviansk, no leste da Ucrânia, apelaram nesta terça-feira (05/07) aos civis que abandonem rapidamente a cidade, após duas mortes na ofensiva russa para a conquista total do Donbass. No domingo, seis já haviam sido mortas e 15 feridas em outro ataque russo. 

"É importante retirar o maior número possível de cidadãos", pediu o prefeito, Vadim Liach.

De acordo com ele, Sloviansk está sob fogo pesado do exército russo há dias. "Bombardeio maciço da cidade. No centro, no norte. Todos nos abrigos antiaéreos", escreveu no Facebook.

Liach acusou a Rússia de usar munições de fragmentação nos ataques à cidade – o que é proibido por tratados internacionais de que Moscou não é signatário.

Segundo Pavlo Kyrylenko, governador da região de Donetsk, onde Sloviansk se localiza, houve sete feridos num ataque russo ao mercado central da cidade: "Mais uma vez, os russos estão visando intencionalmente os locais onde os civis se reúnem. Isto é terrorismo puro e simples."

Novo alvo russo

Após a queda de Lysychansk no domingo, na região vizinha de Lugansk, as forças russas avançaram para oeste e dirigiram-se para Sloviansk, que tinha cerca de 100 mil habitantes antes da guerra.

Kramatorsk, centro administrativo regional ainda sob controle ucraniano, também está no caminho da ofensiva russa para assumir todo o Donbass. As duas cidades se situam na região de Donetsk.

A Rússia anunciou que suas forças assumiram o controle de Lugansk com a conquista das cidades de Sievierodonetsk e Lysychansk.  Ao celebrar a vitória, o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou ao ministro da Defesa, Sergei Shoigu, que as forças armadas prosseguissem com a ofensiva em Donetsk.

Homem de bermuda e camiseta percorre as ruínas do que era uma casa.
Outro morador de Sloviansk percorre uma residência destruída nos ataquesFoto: Genya Savilov/AFP

Resistência da Ucrânia

Enquanto isso, o exército ucraniano afirma ter evitado vários avanços das tropas russas. Unidades invasoras foram expulsas de volta ao norte de Sloviansk, perto de Dolyna, informou o Estado-Maior em Kiev. 

Além disso, a usina termelétrica de Wuhlehirsk segue sendo contestada. Um ataque russo ao sul, em Nowoluhanske, foi repelido. Ataques na fronteira com a região perdida de Lugansk, perto de Bilohorivka e Verkhnyokamyanske, também foram rechaçados.

Um pouco mais ao sul, no entanto, unidades russas perto de Spirne continuaram avançando em direção da cidade de Siversk. Além disso, o Estado-Maior Geral relatou intenso bombardeio de artilharia em grandes partes das regiões de Kharkiv, Donetsk, Zaporizhia, Kherson e Mykolaiv. Pela primeira vez em quase uma semana, houve um alerta aéreo em todo o país, incluindo a capital Kiev.

Pouco progresso em Donetsk

Em entrevista à DW, a analista de política externa e segurança Domitilla Sagramoso disse que, apesar desses desdobramentos, a Rússia fez progressos limitados em Donetsk. Ela também destacou os esforços defensivos das forças ucranianas.

"Quase não houve avanços das forças russas no resto do Oblast de Donetsk. Até agora [os ucranianos] têm sido muito bons em deter qualquer ataque russo. Eles têm posições defensivas muito boas, então pode-se esperar que, por algum tempo, essas regiões não caiam."

Sagromoso também destacou a capacidade da Ucrânia de realizar "ataques e retirada" a alvos russos: "Também é importante notar o quanto os ucranianos estão atacando atrás das linhas. Houve ataques a depósitos de munição, infraestrutura e aeroportos nas áreas de Melitopol, Kharkivst e Donetsk."

le/av (Lusa, DW, ots)