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Criminalidade

Rio registra recorde de mortes por policiais em 2019

26 de novembro de 2019

De janeiro a outubro, 1.546 pessoas foram mortas pela polícia no estado, o maior número registrado no período desde 1998. Uma em cada três mortes violentas foram cometidas por forças policiais.

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Policiais no rio
O número de mortes por policiais no Rio em 2019 já superou os de 2018 e 2007, os anos com mais ocorrências até entãoFoto: picture-alliance/Pacific Press/C. H. Gardiner

O número de mortes provocadas por policiais no estado do Rio de Janeiro nos primeiros dez meses de 2019 é o maior registrado no período nas últimas duas décadas, segundo levantamento do Instituto de Segurança Pública (ISP) divulgado nesta segunda-feira (25/11).

Entre janeiro e outubro, 1.546 pessoas foram mortas em intervenções policiais, mais que as 1.534 mortas em todo o ano de 2018, que até então era o número mais alto desde o inicio dos levantamentos, em 1998. O terceiro ano com maior número de mortos por policiais no período foi 2007, com 1.330 ocorrências.

Até outubro deste ano, ocorreram em média cinco mortes provocadas por policiais por dia. Uma em cada três mortes violentas ocorridas no estado foram cometidas por agentes de segurança. 

Desde a campanha eleitoral no ano passado, o governador Wilson Witzel adotou uma postura linha-dura em relação a criminosos, defendendo o confronto entre policiais e traficantes no estado, incluindo o "abate" de pessoas que portassem armas ilegais.

Em setembro, o governador voltou a falar sobre o tema dizendo que os criminosos "serão caçados nas comunidades". "Aqueles que não se entregarem, não tirarem o fuzil do tiracolo serão abatidos. Porque não merecem viver aqueles que atiram contra o povo e contra a população do estado do Rio de Janeiro", disse.

A Defensoria Pública afirma que a lei determina a proteção da vida e afirma que as mortes precisam ser investigadas. "Os casos de letalidade por policiais precisam ser aqueles casos absolutamente extremos, onde não há nenhuma outra alternativa", observou o defensor público Pedro Strozenberg, citado pelo Jornal Nacional em setembro.

A Polícia Civil do estado afirma que todos os casos de morte em decorrência de intervenção policial são apurados pela Delegacia de Homicídios, além de serem avaliados pelo Ministério Público e pelo Poder Judiciário.

Ao mesmo tempo que o número de mortos pela polícia foi recorde, o Rio de Janeiro registrou, de janeiro a outubro, uma queda de 20,9% no número de homicídios dolosos em relação ao mesmo período do ano passado, com 3.342 vítimas. Em 2018, foram contabilizados 4.226 casos até outubro.

Os números de assaltos ocorridos no estado apresentaram uma ligeira queda. De janeiro a outubro deste ano foram 103,9 mil roubos de rua, que incluem ações cometidas contra pedestres, no transporte coletivo e roubos de telefones celulares. No mesmo período de 2018 foram registradas 110 mil ocorrências. Os roubos de carga caíram de 7.669 casos no ano passado para 6.325 em 2019 (-17,5%), e os de veículos de 44.211 assaltos para 33.652 (-23,9%).

RC/ots

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