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Relatório: Iraque tem reservas de antraz

ef27 de janeiro de 2003
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O Iraque ainda possui reservas secretas da arma biológica antraz, segundo o primeiro relatório conclusivo que o chefe da comissão de inspetores da ONU, Hans Blix, apresentou ao Conselho de Segurança em Nova York, nesta segunda-feira (27).

"Há fortes indícios de que o Iraque produziu mais bactérias tóxicas antraz do que admitiu", disse Blix em seu relatório aguardado mundialmente com grande expectativa.

O documento é considerado importante para uma decisão do Conselho de Segurança sobre o conflito e para uma guerra dos Estados Unidos no Iraque. Uma equipe de peritos da ONU em armas investigou in loco os arsenais e palácios do regime iraquiano durante 60 dias.

O Iraque não acrescentou nada de novo no relatório que apresentara no início de dezembro sobre o seu programa de armamento, disse Blix. Ele também criticou o regime do presidente Saddam Hussein por não ter autorizado o uso de aviões de espionagem dos Estados Unidos, do tipo U-2. De outro lado, Blix disse que Bagdá permitiu acesso suficiente dos inspetores às suas instalações bélicas.

Os inspetores não descobriram indícios de atividades do regime iraquiano em um programa atômico, relatou o presidente da Comissão Internacional de Energia Atômica, Mohammed El Baradei, ao Conselho de Segurança, logo depois de Blix. Ele confirmou no grêmio das Nações Unidas o pedido do chefe dos inspetores por mais tempo para o prosseguimento das inspeções. Alguns meses mais poderiam ajudar a evitar uma guerra, argumentou Baradei. Se Bagdá cooperar, os inspetores poderiam assegurar que o Iraque não desenvolve um programa atômico.

Imediatamente após a apresentação do relatório, os Estados Unidos acusaram o Iraque de "clara violação" da resolução da Conselho de Segurança que o obrigou a destruir suas armas químicas e biológicas e encerrar seu programa atômico, depois da Guerra do Golfo, em 1991. Bagdá não cooperou o suficiente com os inspetores e não mostrou armas e documentos escondidos, acusou o embaixador americano na ONU, John Negroponte, depois de ouvir os relatos de Blix e Badarei.

Mas antes de uma decisão sobre ações militares no Iraque, Washington iria consultar outros membros do Conselho de Segurança, segundo ele. Do cinco membros permanentes do grêmio, três são contra uma ação militar isolada dos EUA no Iraque: Rússia, China e França.