Protestos devem marcar reunião do FMI
19 de abril de 2002Depois de uma pausa em função dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, os adversários da globalização pretendem voltar à ruas, neste final de semana. O principal alvo das manifestações deverá ser a reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial, em Washington.
Vários movimentos já anunciaram protestos contra a globalização da economia, a escalada do conflito no Oriente Médio, a guerra no Afeganistão, a preparação de uma intervenção militar no Iraque. A polícia de Washington espera, no mínimo, 20 mil manifestantes.
Dívida externa - Os principais assuntos em pauta na reunião do FMI e o Banco Mundial são a crise Argentina, a renegociação das dívidas de países falidos e o bloqueio de recursos financeiros das redes terroristas e o combate à pobreza no mundo. Os ministros das Finanças e chefes dos bancos centrais dos 183 países-membros do FMI vão abordar também as previsões de recuperação da economia mundial, divulgadas esta semana pelo Fundo.
Às vésperas da reunião, os ministros das Finanças do G 7 (países mais industrializados do mundo: EUA, Canadá, Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Japão) discutirão um bloqueio definitivo das transferências financeiras de grupos terroristas.
Argentina - A delegação do FMI que esteve na Argentina apresentará seu relatório da crise neste sábado (20). O FMI teme que a economia argentina possa se contrair de 10 a 15% este ano, mas não pretende liberar novos créditos, antes que o país realize reformas estruturais.
Essa posição também é apoiada pela Alemanha. "Ainda não há sinais de que a Argentina preencha os critérios para novas negociações com o FMI", informaram fontes do governo em Berlim.
Educação - O Banco Mundial, que desde os ataques terroristas do ano passado se empenha com maior veemência no combate à pobreza, deve aprovar neste sábado um programa de incentivo à educação.
Em dez países serão financiados projetos-pilotos para realizar a meta da ONU, de garantir o ensino primário para todas as crianças até o ano 2015. Caso seja bem sucedido, o programa será ampliado para 88 países.