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CriminalidadeEstados Unidos

Polícia de NY prende suspeito de ataque no metrô

13 de abril de 2022

Homem de 62 anos foi acusado de terrorismo e pode ser condenado à prisão perpétua. Ele havia gravado e divulgado vídeos no YouTube sobre violência, racismo e saúde mental e com críticas ao prefeito da cidade.

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Pessoas de pé e deitadas no chão em estação de metrô com fumaça
Antes de disparar arma de fogo, atirador detonou bombas de fumaça em vagão lotadoFoto: Will B. Wylde/AP Photo/picture alliance

A polícia de Nova York prendeu nesta quarta-feira (13/04) um homem suspeito de detonar bombas de fumaça e balear dez passageiros de um vagão lotado do metrô da cidade durante o horário do rush na manhã de terça-feira.

Frank J., de 62 anos, foi detido no bairro de East Village após 30 horas de buscas e acusado de terrorismo e de ataque a transporte coletivo, e pode ser condenado até à prisão perpétua. A polícia o localizou após receber dicas sobre seu paradeiro.

As autoridades já haviam informado na terça-feira que procuravam Frank J. para interrogatório, após identificar que ele havia alugado uma van possivelmente ligada ao ataque, mas não tinham certeza de que ele era o responsável pelo atentado.

Nos últimos meses, Frank J. havia divulgado vídeos na internet falando sobre racismo e violência nos Estados Unidos e suas experiências com saúde mental em Nova York. Em alguns, ele criticou as políticas do prefeito da cidade, o democrata Eric Adams, sobre saúde mental e segurança no metrô.

O atirador acionou bombas de fumaça em um vagão do metrô e depois disparou pelo menos 33 tiros com uma pistola de 9 mm, disse a polícia. Treze pessoas que escaparam sem ferimentos de bala foram internadas por inalação de fumaça e outros ferimentos. Todas as vítimas devem sobreviver.

"Meus amigos nova-iorquinos, nós o pegamos. Nós o pegamos", disse Adams. "Vamos proteger as pessoas desta cidade e deter os que acreditam que podem trazer o terror para o cotidiano dos nova-iorquinos."

Van alugada

O atirador escapou no caos, mas deixou para trás inúmeras pistas, incluindo a arma, carregadores de munição, um machado, bombas de fumaça, gasolina e a chave de uma van alugada. Essa chave levou os investigadores a Frank J., que nasceu em Nova York e havia morado recentemente na Filadélfia e no Wisconsin.

A van foi encontrada, desocupada, perto de uma estação onde os investigadores determinaram que o atirador havia entrado no sistema do metrô. Nenhum explosivo ou arma de fogo foi encontrado no veículo, mas a polícia encontrou outros itens, incluindo travesseiros, sugerindo que ele poderia estar dormindo ou planejava dormir na van, disse uma autoridade à agência de notícias Associated Press.

Policiais levam maca
Todas as pessoas baleadas ou que se feriram no ataque devem sobreviverFoto: BRENDAN MCDERMID/REUTERS

Os investigadores acreditam que Frank J. veio de carro da Filadélfia na segunda-feira, e revisaram o vídeo de uma câmera de segurança mostrando um homem correspondente à sua descrição física saindo da van no início da manhã de terça-feira. Outro vídeo mostra Frank J. entrando em uma estação de metrô no Brooklyn com uma grande mala.

Investigadores federais informaram que a arma usada no tiroteio foi comprada por Frank J. em um revendedor na área de Columbus, em Ohio, em 2011.

Vídeos online

Além de analisar registros financeiros e telefônicos ligados a Frank J., os investigadores assistiram a horas de vídeos que Frank J. postou no YouTube e em outras plataformas para tentar identificar um motivo para o ataque.

Em um vídeo, postado um dia antes do atentado, Frank J., que é negro, critica os crimes contra negros e diz que é necessária uma ação drástica. "Há crianças agora pegando metralhadoras e ceifando pessoas inocentes", diz. "Não vai melhorar enquanto não fizermos isso melhorar", afirmou, acrescentando que pensava que as coisas só mudariam se certas pessoas fossem "pisadas, chutadas e torturadas'' para fora de sua "zona de conforto''.

Em outro vídeo, ele diz que "esta nação nasceu na violência, foi mantida viva pela violência ou pela ameaça dela e vai morrer de morte violenta. Nada vai impedir isso''. Seus posts estão repletos de linguagem violenta e comentários fanáticos, alguns contra a população negra.

O comissário de polícia Keechant Sewell considerou essas declarações "preocupantes", e a segurança de Adams foi reforçada. O prefeito já estava isolado após ter sido diagnosticado com covid-19 no domingo.

Vários vídeos de Frank J. mencionam o metrô de Nova York. Um vídeo de 20 de fevereiro diz que o plano do prefeito e do governador para o problema dos moradores de rua e da segurança no sistema de metrô "está condenado ao fracasso" e ele se refere a si mesmo como uma "vítima" dos programas de saúde mental da cidade. Um vídeo de 25 de janeiro critica o plano de Adams para acabar com a violência armada.

A estação de metrô do Brooklyn, de onde os passageiros fugiram do trem cheio de fumaça após o ataque, estava aberta normalmente na quarta-feira de manhã.

bl/lf (AP, Reuters)