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PIB brasileiro tem queda recorde de 9,7% no 2º trimestre

1 de setembro de 2020

Sob os efeitos da pandemia, produção econômica registra retração mais intensa da série histórica, iniciada em 1996. Tombo confirma recessão e se iguala ao registrado no período pela Alemanha, a maior economia da Europa.

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Trator em plantação de soja no Mato Grosso
Com alta de 1,2%, agricultura foi o único setor com resultado positivo no segundo trimestreFoto: Yasuyoshi Chiba/AFP/Getty Images

Sob os efeitos da pandemia do novo coronavírus e do isolamento social, a economia brasileira registrou uma retração de 9,7% no segundo trimestre de 2020 em relação aos primeiros três meses do ano. Em relação ao segundo trimestre de 2019, o PIB caiu 11,4%. Ambas as taxas representam as retrações mais intensas da série iniciada em 1996, divulgou o IBGE nesta terça-feira (1º/09).

Com as duas quedas recordes, o PIB brasileiro voltou ao mesmo patamar do final de 2009, quando sofria os impactos da crise financeira global de 2008.

No acumulado dos quatro trimestres terminados em junho, houve queda de 2,2% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. O IBGE também revisou o resultado dos primeiros três meses de 2020: de uma queda de 1,5% para 2,5%. Com dois trimestres seguidos de recessão, o Brasil se encontra em recessão técnica. Foi a primeira vez que isso ocorreu desde 2016.

O recorde de retração econômica espelha os efeitos da pandemia do novo coronavírus, que não poupou nem mesmo as principais economias do mundo. No final de agosto, a Alemanha, a maior economia da Europa, divulgou o maior declínio de sua produção econômica da história – tendo, assim como o Brasil, registrado queda de 9,7% em relação ao trimestre anterior. 

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou que entre as 30 economias que apresentaram os resultados econômicos do segundo trimestre, a média da retração do PIB ficou em 9,5%. Considerados somente os países membros da OCDE, a média foi de 9,8%.   

No Brasil, entre os segmentos da economia a maior queda no segundo trimestre foi registrada na indústria (-12,3%), seguida por serviços (-9,7%). A agropecuária apresentou variação positiva de 0,4%, puxada pela produção de soja e café. As exportações de bens e serviços cresceram 1,8%, enquanto as importações dos mesmos recuaram 13,2% – sempre em comparação ao primeiro trimestre do ano.

Em comparação ao segundo trimestre de 2019, a agropecuária apresentou um crescimento de 1,2%, o que pode ser explicado pelo desempenho de alguns produtos da lavoura que possuem safra relevante no segundo trimestre e pela produtividade, segundo o IBGE.

A indústria registrou queda de 12,7% em relação ao segundo trimestre do ano passado, a mais brusca da série histórica nesta categoria de comparação trimestral. A atividade indústrias de transformação registrou declínio de 20%, outro recorde negativo da série histórica. A área de serviços caiu 11,2%, outro recorde. E o consumo familiar teve contração de 13,5%, índice que também representa a maior queda registrada na série histórica.

As exportações de bens e serviços cresceram 0,5%, enquanto as importações de Bens e Serviços recuaram 14,9% no segundo trimestre de 2020 em comparação com o mesmo período de 2019.    

Em valores correntes, o PIB brasileiro no segundo trimestre de 2020 totalizou R$ 1,653 trilhão, sendo R$ 1,478 trilhão em Valor Adicionado (VA) a preços básicos e R$ 175,4 bilhões em impostos sobre produtos líquidos de subsídios. A taxa de investimento neste mesmo período foi de 15% do PIB – abaixo do 15,3% registrados no segundo trimestre de 2019.

PV/lusa/ots