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PF encontra material para golpe com assessor de Bolsonaro

8 de junho de 2023

Braço direito do ex-presidente, coronel Mauro Cid fica em silêncio em depoimento sobre documentos encontrados em seu celular que embasariam a convocação de militares e a tomada ilegal do poder.

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No primeiro plano, há uma estátua que fica defronte à sede do Supremo Tribunal Federal, em Brasília. Ao fundo estão agentes de segurança. A imagem foi feita durante os atos golpistas de 8 de Janeiro de 2023. A escultura, uma mulher cega que simboliza a Justiça, traz uma bandeira nacional enrolada no pescoço e exibe na barriga a pichação "perdeu, mané".
Estátua vandalizada em frente à sede do Supremo Tribunal Federal, em Brasília, durante os atos golpistas de 8 de janeiroFoto: Joedson Alves/AA/picture alliance

A Polícia Federal localizou no celular do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o coronel Mauro Cid, a minuta de um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e estudos que embasariam um eventual golpe de Estado, noticiaram nesta quarta-feira (07/06) veículos da mídia brasileira.

A GLO é um instrumento que permite ao presidente da República convocar as Forças Armadas para reestabelecer a ordem pública em situações excepcionais.

Cid compareceu a depoimento na sede da PF em Brasília nesta terça-feira, autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, mas manteve-se calado. Não há informações sobre se Bolsonaro tinha ou não conhecimento da documentação reunida pelo seu ex-auxiliar.

A PF teria se deparado com o material no início de maio, após deflagrar uma operação para apurar fraudes nos cartões de vacinação do ex-presidente, seus familiares e assessores. Cid foi um dos presos na ocasião, além do sargento Luis Marcos dos Reis.

Em conversas pelo celular, além de trocar documentos para embasar um eventual golpe, a dupla também teria discutido como convencer autoridades militares a aderir ou colaborar com a GLO. Subordinado de Cid, Reis foi ouvido nesta quarta no âmbito do mesmo inquérito.

Segundo o jornal O Globo, a PF trabalharia com duas hipóteses: a primeira, de que os esforços estariam inseridos no contexto da intentona golpista de 8 de janeiro, e a segunda, de que o rascunho da GLO prepararia o terreno para a minuta do golpe encontrada na casa do ex-ministro da Justiça de Bolsonaro Anderson Torres.

ra/bl (ots)