Pequenas grandes vítimas
7 de abril de 2003Sob o lema "Um mundo saudável para as crianças", o Dia Mundial da Saúde, celebrado nesta segunda-feira (7), chamou a atenção para os efeitos negativos dos danos ao meio ambiente em suas vítimas mais sensíveis: as crianças. Mais de 40% das doenças que atingem crianças abaixo de cinco anos, em todo o mundo, são desencadeadas em conseqüência de fatores ambientais.
Nos países em desenvolvimento, cerca de um bilhão de crianças sofre de doenças como malária e cólera, em função de condições precárias de higiene. Na Europa, enfermidades como alergias e asma são cada vez mais comuns entre crianças e adolescentes: um claro sinal dos efeitos do meio ambiente.
Mais asmáticos e alérgicos -
Embora os alemães sejam hoje em média 20 centímetros maiores que há 100 anos, doenças como a asma alérgica - desenvolvida claramente em conseqüência dos danos ambientais - cresceram desde meados dos anos 70 mais de 200%. "Enfermidades detectadas nos adultos têm com freqüência suas razões nos padrões de vida infantis", alerta Ulla Schmidt, ministra alemã da Saúde. Por isso, o cuidado com a saúde infantil deve ser considerado "a base para uma política sanitária sustentável", segundo a ministra.Efeitos de guerra -
Em casos de guerras como a que acontece hoje no Iraque, as crianças acabam também sendo as principais vítimas. Após a primeira guerra do Golfo em 1991, uma epidemia de doenças respiratórias atingiu de imediato a população local, que se tornou também mais suscetível a riscos de defeitos congênitos e ao câncer.Os bombardeios aéreos mataram mais de 2500 civis, sendo que o número de mortes de civis registrado em 1991, após o término da guerra, chegou a atingir a marca de 110 mil pessoas. Entre essas, estavam 70 mil crianças com menos de 15 anos. Essa "mortalidade infantil tardia" deveu-se em parte à precariedade da infra-estrutura sanitária, à falta de medicamentos e à destruição de estações de tratamento de água, o que acabou fazendo com que doenças infecciosas se alastrassem rapidamente.
Segundo informações fornecidas pelo Instituto Robert Koch, em Berlim, a expectativa de vida da população alemã é cada vez mais alta, tendo passado nos últimos 100 anos da média de 42 anos (em 1900) para os 81 anos (hoje), no caso das mulheres. Os homens pularam de 39 para 75 anos de vida, em média. A perspectiva da OMS, nesse sentido, mudou, observam os especialistas alemães: se antes se queria prolongar o máximo os anos de vida, hoje o objetivo é garantir uma boa qualidade de vida também para os idosos.